Cotações voltaram a subir na bolsa americana, com elevação de quase 4% nesta quarta-feira
Nem mesmo a queda nas exportações de café do Brasil – principal fornecedor mundial – foi suficiente para frear a tendência de alta para o grão na bolsa de Nova York. Nesta quarta-feira (12/2) os lotes para maio, os mais líquidos, subiram 3,91%, para US$ 4,2020 a libra-peso.
Houve elevação nos preços mesmo com queda na demanda. As exportações brasileiras de café somaram 3,977 milhões de sacas de 60 quilos em janeiro deste ano, o que representa uma redução de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2024. Os dados foram divulgados ontem, pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Na avaliação de Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, a queda nas exportações ainda não representa redução na demanda por café, por isso os preços tendem a se manter nas faixas mais altas na bolsa.
“Em janeiro deste ano, nós temos um cenário diferente daquele observado no mesmo mês do ano passado, com níveis de estoques muito mais baixos. Vamos chegar na entrada da safra com estoques muito apertados. Como estamos acelerando as exportações desde setembro do ano passado, para dizer que o preço está destruindo a demanda é preciso ver um recuo de 15% nas exportações”.
O analista acrescenta que a especulação do mercado ganhou mais força após as altas recentes do café. Segundo ele, no momento, não há motivos para os fundos desmontarem suas posições de compra de contratos do grão na bolsa.
“Podemos ter alguma pressão de baixa para as cotações com a entrada da safra no Brasil, com os produtores tentando acelerar suas vendas. Mas não será uma pressão gigante, pois ainda há outras questões para o mercado avaliar, como a chegada do inverno no Brasil e o risco para geadas”, acrescenta Zotti.
Cacau
As cotações do cacau parecem terem encontrado um novo patamar em Nova York, depois de atingirem o pico de US$ 12 mil a tonelada no fim do ano passado. Os lotes para março fecharam a sessão de hoje em queda de 1,66%, a US$ 10.131 a tonelada.
Os preços agora orbitam na faixa das US$ 10 mil a tonelada, já que houve melhora para as condições de clima no oeste africano. A indicação de que a demanda perdeu força também pressiona as cotações para baixo em Nova York.
Suco de laranja
Outro destaque pelo lado das baixas vem sendo o suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês). Pelo quarto pregão seguido, as cotações tiveram forte baixa. Após uma baixa 3% na véspera, os contratos para março caíram 4,05% na sessão de hoje, cotados a US$ 3,7465 a libra-peso.
Açúcar e algodão
Açúcar e algodão terminaram a sessão com ligeiras altas na bolsa americana. No caso do açúcar, os lotes com vencimento em maio, os mais negociados, fecharam em alta de 0,33%, a 18,34 centavos de dólar por libra-peso. Já os papéis da pluma para março subiram 0,10%, para 67,47 centavos de dólar a libra-peso (Globo Rural)