Exportações do agronegócio somam US$ 126 bilhões até setembro e repetem 2023.
As exportações do agronegócio ficaram estáveis de janeiro a setembro em relação a igual período de 2023, somando US$ 126 bilhões. As importações, no entanto, aumentaram 5%, para US$ 27,8 bilhões.
Do lado das exportações, soja e milho tiveram grandes perdas. Embora o Brasil tenha exportado mais soja, ela perdeu preço no mercado internacional e rendeu 14% a menos neste ano.
As exportações de milho, após o recorde de 2023, quando o país superou os Estados Unidos, estão restritas devido à safra menor no Brasil e à concorrência de outros produtores. A queda é de 41% até setembro.
Do lado das importações, considerando apenas os alimentos, os gastos nacionais subiram para US$ 12 bilhões, 17% acima do valor de 2023.
Os destaques desses gastos ficaram para trigo, leite, frutas e azeite de oliva. As importações de trigo já somam 5,1 milhões de toneladas, 59% a mais do que de janeiro a setembro de 2023.
Os gastos com frutas subiram para US$ 753 milhões, com alta de 38%, e os com azeite foram a US$ 637 milhões, com evolução de 57%.
O Brasil aumentou as receitas obtidas com produtos do agronegócio em praticamente todas as principais regiões do mundo, à exceção de Ásia e América do Sul.
Soja, café e açúcar foram determinantes para o desempenho. Importadores de soja, como a China, tiveram uma relação comercial menor com o Brasil no período.
Os chineses gastaram 12% a menos com soja no mercado brasileiro, embora tenham importado um volume 6% superior. As exportações totais de soja somam 89,5 milhões de toneladas, 3% a mais do que em 2023.
Já os importadores de café, como Estados Unidos e União Europeia, gastaram mais no país devido à forte aceleração dos preços internacionais dessa commodity. As receitas brasileiras com o café atingiram US$ 7,7 bilhões até setembro, com alta de 86%.
Os países do Oriente Médio, importantes compradores de açúcar, melhoraram a relação comercial com o Brasil neste ano devido a esse produto. Os gastos daquele bloco econômico com o açúcar foram para US$ 2,65 bilhões, 68% a mais.
A alta do produto no mercado internacional e a boa oferta brasileira permitiram receitas de US$ 13,9 bilhões até setembro, 36% a mais do que em 2023.
O Brasil perdeu espaço em dois dos principais mercados neste ano: China e Argentina. A participação chinesa no agronegócio brasileiro recuou para 33%, abaixo dos 36% do ano passado, quando considerados alimentos e produtos relacionados ao agronegócio, como celulose, madeira e outros.
Já os argentinos, responsáveis por 3% das receitas brasileiras com exportações em 2023, recuaram para 1% neste ano.
No caso da Argentina, além de exportar menos, o Brasil está gastando mais no país vizinho. Em 2023, os argentinos importaram muita soja brasileira e exportaram pouco trigo.
Neste ano, as importações argentinas de soja não ocorrem, porque eles voltaram a ter uma boa safra, mas as exportações de trigo por eles aceleraram muito. O Brasil já importou 3,23 milhões de toneladas do cereal da Argentina, 86% a mais do que em 2023.
O mercado externo esteve muito favorável também para as carnes. Até setembro, as receitas com essas proteínas já somam US$ 17,7 bilhões, 7% a mais do que em 2023. O destaque é para o avanço da carne bovina.
Soja
Maior produtor e exportador mundial de soja, o Brasil já buscou 818 mil toneladas da oleaginosa no mercado externo neste ano, 524% a mais.
Agrotóxicos
Até setembro, as importações de agrotóxicos somam 528 mil toneladas, 34% a mais do que a média dos últimos três anos para o período (Folha)