Agro brasileiro teme eventual acordo de compras EUA-China

Setor teme que durante período de 90 dias de suspensão parcial de tarifas, tratativas entre as duas maiores economias do mundo avancem para acordo de compras que prejudique o Brasil

O agronegócio brasileiro observa com cautela o acerto entre Estados Unidos e China que suspende de forma parcial, por 90 dias, as tarifas comerciais mútuas impostas recentemente entre os dois países, com o objetivo de permitir novas negociações. O setor teme que nesse período as tratativas avancem para um acordo de compras ligado a commodities agrícolas.

O receio de entidades do setor é que, para evitar a taxação mais alta, a China venha a se comprometer com aumento de compras de produtos americanos, como ocorreu em 2020, na primeira fase do acordo entre os países.

Na ocasião, o governo chinês firmou compromisso de importar determinados valores por produtos específicos americanos, caso das commodities.

“Esse é o pior cenário para o agronegócio brasileiro. Eles deixaram claro (em entrevista na segunda-feira, 12) que estão considerando a possibilidade de acordo de compras e não descartam a possibilidade de compromissos nominais”, observou o presidente de uma entidade exportadora à Coluna do Estadão/Broadcast Agro.

“É um desvio de comércio, forçando um mecanismo para caminhar para um acordo de compras. A corrente de comércio entre Brasil e China cresceu muito na comparação de 2018”, alertou uma fonte.

Interlocutores do agro acreditam que um acordo de compras seria também uma forma de o presidente americano, Donald Trump, acalmar os ânimos internos já que a guerra comercial entre Estados Unidos e China desagrada a parte dos agricultores – setor que compõe a base eleitoral trumpista.

Agropecuaristas avaliam que até o momento o Brasil se beneficiou do redirecionamento da demanda chinesa por soja, com aumento das compras da oleaginosa brasileira pela China. Fontes que conversaram com a Coluna do Estadão/Broadcast Agro afirmam que essa demanda adicional chinesa tende a continuar até a entrada da safra americana, já que o período atual é de entressafra nos Estados Unidos.

Para o presidente de uma entidade exportadora, é impossível dizer até quando a China poderá comprar do Brasil os volumes adicionais. No governo brasileiro, a leitura é de que guerras comerciais não devem ser comemoradas e que o acordo pode melhorar o ambiente do comércio internacional.

A China é hoje o principal destino das exportações de produtos agropecuários do Brasil, perfazendo cerca de um terço dos embarques anuais do agronegócio brasileiro. As vendas de produtos agropecuários ao mercado chinês somaram US$ 49,7 bilhões em 2024, sobretudo do complexo soja, carnes, produtos florestais e algodão (Estadão)

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