Ser sustentável é produzir mais

Cleber Veroneze, de Maringá, mostra que investir na construção do perfil do solo é um seguro nos anos secos e fonte de maior produtividade nos anos favoráveis

“Com as constantes oscilações climáticas, investir na construção do perfil do solo não é somente uma questão de sustentabilidade do seu negócio, é um seguro para a sua lavoura nos anos de adversidades climáticas e uma fonte de incremento de produtividade nos anos em que o clima favorece o agricultor. Quem cuida do solo ganha sempre, seja com o clima bom ou ruim.”

CONSÓRCIO E MIX – A afirmação do cooperado Cleber Veroneze se baseia na experiência de quem há 12 anos tem adotado em toda sua propriedade em Maringá o plantio de milho segunda safra em consórcio com a braquiária, no inverno, como forma de produzir palhada para cobrir o solo e raízes para descompactar e melhorar a estrutura física, química e biológica do solo. Também, há cinco anos, o cooperado tem adotado a rotação de culturas em 25% da propriedade, no período de inverno, plantando um mix de plantas usadas como adubação verde de cobertura – centeio, aveia preta e branca e nabo forrageiro e pé de pato.

RESULTADOS – “Os resultados têm sido excelentes. Quanto mais tipos de raízes você coloca no sistema, melhor, favorecendo a descompactação do solo, a ciclagem de nutrientes e a reprodução de microorganismos diferentes. Enquanto o nabo pé de pato tem uma raiz que descompacta o solo profundamente, a aveia age mais na superfície. Da mesma forma, há a raiz que ajuda na fixação de nitrogênio e outra na melhora microbiológica do solo, e assim por diante”, comenta Cleber.

RECOMENDAÇÃO – Tanto o consórcio de milho com braquiária como a tecnologia do mix de adubação verde têm sido recomendados pela equipe técnica da Cocamar com o objetivo de melhorar o perfil do solo nos aspectos físico, químico e biológico, dando maior sustentabilidade e produtividade às lavouras.

MAIOR PRODUTIVIDADE – “Desde que começamos com o consórcio de milho com braquiária, é visível a diferença do solo e nas lavouras”. Na última safra de verão, mesmo com todos os contratempos climáticos, Cleber produziu 165 sacas de soja por alqueire, enquanto os produtores da região obtiveram em média 110 sacas. “Todos os anos colhemos mais que os produtores da região nas mesmas condições climáticas. Na safra anterior de soja, quando o clima ajudou, enquanto que as médias locais ficaram em 180 sacas por alqueire, produzimos 204 sacas”, relata o cooperado.

DIFERENÇA – Cleber destaca ainda como diferencial a quantidade de raízes nas plantas de soja, tanto as pequenas como as que penetram mais profundamente no solo, absorvendo mais nutrientes e água; a redução de torrões no plantio, mostrando a descompactação do solo; o melhor aproveitamento da água da chuva, que não escorre nem empossa nas curvas de nível, mas que ficam armazenadas no solo, que permanece mais tempo úmido por causa da palhada de cobertura; sem contar a redução da temperatura do solo e até a presença de minhocas.

MILHO – “Mesmo o milho plantado em consórcio com a braquiária, ao contrário do que muitos imaginam, produz muito mais em anos secos do que onde só tem milho. No primeiro e segundo ano de plantio do consórcio, se o clima for muito seco, o milho até pode perder um pouco, mas a partir do terceiro ano, ocorre o inverso. Toda a reestruturação do solo faz com que o milho consorciado com a braquiária produza muito mais, mesmo em anos secos”, diz o cooperado.

ROTAÇÃO – Com relação aos resultados obtidos com o mix de adubação verde, Cleber conta que onde a soja foi plantada na sequência da rotação, produziu em média 19 sacas de soja a mais já no primeiro ano e os números positivos têm se repetido ano a ano. No local em que Cleber faz a rotação de culturas, ele aproveita também para fazer a calagem, corrigindo o perfil do solo em profundidade porque “o mix de raízes ajudam o calcário a descer”.

SEQUESTRO DE CARBONO – Recentemente Cleber participou também de um trabalho da Bayer que avalia o sequestro de carbono que ocorre nos diferentes sistemas de produção. Onde ele faz o plantio sequencial de milho com braquiária, soja e mix de adubação verde, a quantidade de carbono armazenada no solo chegou a 88 toneladas de CO2 por hectare, enquanto que em uma área de mata esse número é de 60 toneladas por hectare. “Quanto mais correto ambientalmente, maior é a rentabilidade do produtor”, finaliza. (Jornal Cocamar)

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