Os ‘ventos de cauda’ geopolíticos para o agro e a maior derrota do Brasil

O ex-presidente do banco dos Brics, Marcos Troyjo, afirma que o agronegócio do Brasil se tornou importante demais pela competência do setor e pelo cenário externo.

“Existem três eventos: um micro geopolítico e dois macro geopolíticos, que funcionam como ‘ventos de cauda’ para o agro brasileiro. O fator micro fica por conta da eleição de Donald Trump. As outras duas forças macro são a oscilação populacional global e a ascensão dos países emergentes como novos protagonistas da ordem mundial, o que reforça ainda mais a importância do agronegócio brasileiro”, afirma.

A análise de Troyjo aconteceu durante o painel “Nova Ordem Mundial”, durante o Cenário Geopolítico e a Agricultura Tropical, evento realizado pela CNA/Senar, em parceria com o Estadão e o Broadcast.

Também participaram do painel Oliver Stuenkel, professor da FGV e pesquisador do Carnegie Endowment e Harvard, e Welber Barral, sócio-fundador da BMJ e ex-secretário de Comércio Exterior.

Stuenkel comentou que o período de estabilidade geopolítica, entre 1990 e 2015, foi uma exceção histórica e que o mundo retorna para um ambiente de competição estratégica, destacando que “não há volta para a ordem liberal global anterior e que nem mesmo um futuro democrata nos EUA reverteria a política de contenção da China”.

Barral acredita que o século XXI será marcado pelo conflito entre China e Estados Unidos, ainda que não se saiba se esse confronto escalará para uma guerra quente ou se permanecerá aos moldes de uma nova Guerra Fria.

“Não sei se a Guerra Fria 2.0 é necessariamente ruim para o Brasil. Tivemos nosso maior crescimento econômico entre 67 e 73, em um contexto de guerra fria”, comentou Troyjo.

A maior derrota do Brasil, segundo Marcos Troyjo

Marcos Troyjo ainda afirma que o processo de expansão do bloco dos Brics foi uma das maiores derrotas do Brasil.

“O Brasil saiu de uma sala com 20% de capital político para apenas 10%. Quando estávamos na economia, na equipe do ministro Paulo Guedes, havia uma orientação muito clara. É importante participar dos Brics, mas parece que essa orientação se perdeu e o bloco passou a ser usado como uma espécie de megafone para denunciar os males do mundo”.

Os palestrantes acreditam em dois fundamentos para o Brasil navegar nesse ambiente internacional incerto: inteligência estratégica e neutralidade pragmática.

Enquanto o primeiro envolve a capacidade de interpretar corretamente as dinâmicas globais e posicionar o país de forma vantajosa, o segundo se refere a boa relação com todos os blocos econômicos (Money Times)

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