Entrega de certificado em Paris gera novo mal-estar entre o setor e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em mais um episódio de atrito entre o governo Lula e parte do agronegócio, os dois lados têm disputado a “paternidade” do selo de área livre da febre aftosa sem vacinação, que foi concedido ao País nesta quinta-feira, 29, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris, na França.
A “briga” ficou evidente durante a entrega do certificado, que gerou um mal-estar entre o setor e o Ministério da Agricultura, segundo apurou a Coluna do Estadão. Integrantes da comitiva brasileira que foi ao evento, composta por parlamentares como Tereza Cristina (PP-MS) e empresários, reclamaram da ausência do ministro Carlos Fávaro.
O governo foi representado pelo diretor do Departamento de Saúde Animal da pasta, Marcelo Mota. Procurado por meio de sua assessoria, Fávaro não comentou. Nos bastidores, governistas atribuem a polêmica à oposição.
Nos bastidores, a comitiva brasileira levantou a possibilidade de o governo querer direcionar os holofotes para a entrega oficial do selo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estará em Paris na próxima semana, acompanhado de Fávaro. Além disso, houve relatos de problemas de credenciamento na cerimônia, o que gerou reclamações de falta de apoio institucional do Palácio do Planalto.
“Essa polarização é nefasta. O Certificado é do Brasil, do trabalho de décadas dos setores públicos com apoio do privado”, disse à Coluna do Estadão o empresário e pecuarista Pedro de Camargo Neto, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). o empresário e pecuarista Pedro de Camargo Neto, ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). Ele foi fundador e presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo (Fundepec), que liderou os trabalhos de controle e erradicação da aftosa no Estado desde 1991.
O governo Lula e o agro vivem às turras desde o começo do mandato. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), já chegou a dizer que o Planalto todos os dias dá motivos para brigas com o setor (Estadão)
