Fávaro é o 1º ministro da Agricultura a deixar de visitar a Agrishow

Carlos Fávaro anunciou ontem em evento promovido na capital de São Paulo que não iria à 30ª edição da Agrishow em Ribeirão Preto e consegue atingir a marca de ser o primeiro ministro da Agricultura que deixou de visitar esta que é mais importante feira de negócios do agro da América Latina e a 3ª mais importante do mundo. Em 2023 ele também deixou de visitar o evento criando a falsa narrativa de ter sido “desconvidado” pelos organizadores do evento.

Para Paulo Junqueira, presidente do Sindicato e da Associação Rural de Ribeirão Preto, a ausência do ministro pode ser justificada por dois motivos:

“Ele representa um governo distante da principal atividade econômica e social do País, que é o agronegócio. E, ao mesmo tempo, os produtores rurais paulistas estão indignados com o que ocorre no âmbito da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, onde um presidente sub judice (Tirso Meirelles) com eleições anuladas pela Justiça do Trabalho persegue, implacavelmente, os sindicatos de oposição cortando 100% do repasse de verbas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar”.

Paulo Junqueira, que também preside a Assovale – Associação Rural Vale do Rio Pardo e lidera o movimento de oposição “Nova Faesp” provocou a primeira desistência de Carlos Favaro em 2023, quando trouxe à Agrishow o ex-presidente Jair Bolsonaro. O falso “desconvite” provocou a primeira crise entre o setor do agro e o presidente Lula, que taxou parte dos produtores rurais de “fascistas e direitistas”.

Em agosto do ano passado, quando o interior do Estado de São Paulo ardia em chamas por incêndios provocados por grupos ligados a facções criminosas, incluindo o Movimento dos Sem Terra – MST, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, jogou a culpa aos produtores rurais que seriam os responsáveis por “práticas danosas”.

A falsa “tese” da ministra chegou a ser lastreada pela entrevista à Globonews da coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Luciana Gatti, que responsabilizou diretamente os produtores rurais pelos incêndios que devastavam partes do país. Durante sua fala, Gatti afirmou que o uso de fogo nas lavouras ainda é uma prática comum no setor durante a colheita.

Na edição da Agrishow do ano passado os organizadores do evento anteciparam a inauguração da feira e a cerimônia oficial de abertura se deu em ambiente fechado na véspera da abertura dos portões aos visitantes. O governador Tarcísio de Freitas deixou de participar do evento para se engajar num mega evento público promovido em Ribeirão Preto do qual participou o ex-presidente Bolsonaro.

Neste último domingo, a cerimônia oficial de inauguração da Agrishow contou com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin e também foi realizada em ambiente fechado. No mesmo dia, Paulo Junqueira prestigiou o Agro Talk Show, que reuniu expressivas lideranças políticas e do agro e houveram fortes manifestações contra o governo federal (BrasilAgro)



Fávaro defende Plano Safra “eficiente”, mas não diz quanto dinheiro terá para equalização de juros

Em evento, em São Paulo, ministro disse que não irá à Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), e sinalizou que crédito ao agro do RS deve ser vinculado a boas práticas.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu, nesta segunda-feira (28/4), a necessidade de um Plano Safra eficiente, mas evitou dar alguma indicação do quanto de dinheiro irá para a equalização de taxas de juros do próximo ciclo agrícola. (2025/26). Ele concedeu uma entrevista coletiva durante o segundo leilão do programa EcoInvest, em São Paulo. Afirmou também que o governo estuda vincular financiamentos aos produtores rurais do Rio Grande do Sul a boas práticas de sustentabilidade.

A declaração do ministro sobre o Plano Safra vem logo após a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitar ao governo R$ 594 bilhões em recursos para a próxima temporada, sendo R$ 25 bilhões em equalização. Fávaro citou a previsão da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), de aumento de 24% na demanda neste ano.

“Nós temos que preparar então um Plano Safra que atenda essa demanda crescente e gere mais oportunidades. Não se trata de R$ 25 bilhões, ou R$ 16 bilhões. É necessário fazer um Plano Safra eficiente”, defendeu.

Segundo ele, os últimos dois Planos Safra teriam sido “63% mais eficientes do que do governo passado”. E a equalização do Tesouro não é a única forma de garantir taxas de juro mais baixas, e citou a linha de recursos em dólar do BNDES.

“Desde o primeiro Plano Safra [deste governo] nós fizemos a linha dolarizada para fazer investimentos, e agora também pode fazer custeio para aqueles produtores que tem um hedge natural. O juro nesse caso é em torno de 8,5%, um juro bastante competitivo para a agropecuária brasileira, e com zero da participação do Tesouro Nacional, mas com captação internacional”, afirmou.

Em sua apresentação do segundo leilão do EcoInvest para o programa Caminho Verde Brasil, Fávaro disse que o governo já ofertou R$ 15 bilhões em crédito para a recuperação de áreas de pastagem degradada nos dois últimos Planos Safra. Esse montante teria viabilizado a restauração de 3 milhões de hectares.

O valor, no entanto, refere-se a todo o orçamento do RenovAgro (antigo Programa ABC). Os financiamentos liberados efetivamente para recuperação de área somaram R$ 2,3 bilhões, apoiando uma extensão de 576,5 mil hectares.

Ele disse que os recursos também foram acessados por produtores que precisaram recuperar áreas de cana afetadas por incêndios. Quem teve as lavouras danificadas pelo fogo no ano passado em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso, pode “acessar esses recursos para recuperar essas áreas, levando calcário, fosfato e recuperação de microbacia”.

Apoio ao Rio Grande do Sul

Também na coletiva de imprensa, o ministro da Agricultura infirmou que o governo estuda atrelar o financiamento aos produtores do Rio Grande do Sul afetados por intempéries a boas práticas de sustentabilidade.

“Os produtores gaúchos estão pedindo prazo para ter uma recomposição das suas áreas em função de uma nova seca que teve nessa safra. Mas nós queremos atrelar isso a boas práticas de sustentabilidade. Precisa sair dessa inércia, porque tem como produzir mesmo com alguns estresses hídricos”, afirmou.

Ele citou o programa 365 da Embrapa, que preconiza uma cobertura vegetal pelos 365 dias do ano, para reduzir o estresse hídrico das propriedades. “Lógico que chuva é fundamental, mas se a gente recuperar o solo, fizer um programa de microbacia, de calagem, de fosfatagem, que concilie o uso e a cobertura vegetal para matéria orgânica do solo, isso garante eficiência mesmo com estresse hídrico nas propriedades”, afirmou (Globo Rural)

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