Dados da Fipe indicam que a alimentação teve queda de 0,5% nos últimos 30 dias.
Os alimentos caem no campo, sobem menos no varejo e levam a inflação a uma taxa zero nos últimos 30 dias. É a menor taxa inflacionária desde agosto do ano passado. Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que pesquisa preços em São Paulo.
A instituição tem um sistema quadrissemanal de acompanhamento de preços, sempre apontando a variação média de quatro semanas em relação às quatro imediatamente anteriores. À medida que entra uma semana nova, sai a última da lista
No período de 16 de junho a 15 de julho, em relação aos 30 dias imediatamente anteriores, o preço médio dos alimentos recuou 0,5% na capital paulista, a menor taxa desde outubro do ano passado.
Os produtos industrializados, embora com força menor, ainda estão em alta. Já os “in natura” lideram as quedas no período.
Mais uma vez o clima é um dos fatores de alteração de preços. Desta vez, provocando recuo. O inverno mais quente provoca a chegada antecipada da produção, elevando a oferta em um período de demanda menor.
Nos cálculos da Fipe, os preços dos hortifrútis tiveram um recuo de 5,3% no período, provocado pela queda de preços das frutas, legumes, verduras, batata e cebola.
O tomate, sempre presente na formação da inflação, ora com altas acentuadas ora com quedas, ficou 21% mais barato nos últimos 30 dias, segundo a instituição de pesquisa.
No setor de verduras, o destaque foi a retração de 8% da alface. A oferta de produto é grande, mas a demanda é menor nesse período de frio, segundo análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Outra queda significativa de preços foi a do mamão, que também ficou 21% mais barato. A boa oferta, em um período de demanda fraca, faz o produtor descartar os frutos de menor tamanho.
O leite apresenta uma tendência de queda, uma vez que a oferta melhora. Com retração desde novembro do ano passado, a captação do produto voltou a subir no campo. Nos supermercados, após alta de 7% em junho, o leite longa vida está com aumento acumulado de 0,8% em 30 dias.
O arroz, motivo de preocupação após as enchentes no Rio Grande do Sul, está com preços estáveis no campo e no varejo. Já o feijão, com boa oferta, cai 5%.
Mas há pressões vindo para o bolso do consumidor. O café voltou a subir, e o produto tipo robusta atinge preço nominal recorde, puxando também o do arábica. Oferta menor nos países produtores e demanda maior, inclusive da China, impulsionam os preços (Folha)