Soja recua em Chicago com cenário macroeconômico adverso

Mau humor do mercado financeiro foi provocado pelas discussões sobre guerra tarifária, segundo analista.

O comportamento do mercado financeiro penalizou as negociações da soja nesta segunda-feira (10/3). Na bolsa de Chicago, os contratos da oleaginosa para maio fecharam em queda de 1,07%, para um valor de US$ 10,14 o bushel.

“O comportamento das cotações da soja foi ditado basicamente pelo desempenho negativo do mercado financeiro nos EUA, que está pressionado por temores de desaceleração econômica devido à guerra tarifária conduzida pelo presidente Trump”, afirma Daniele Siqueira, analista da AgRural.

Ainda na avaliação de Siqueira, o mercado parece ter assimilado o ritmo da colheita de soja no Brasil, que após um longo atraso se recuperou. De acordo com a AgRural, o país colheu 61% da safra esperada para 2024/25, índice maior que os 55% registrados nessa mesma época do ano passado.

“Do ponto de vista dos preços, o impacto maior da colheita já parece ter passado. Mas a forte concentração da colheita, especialmente em Mato Grosso, que finamente engrenou a partir de meados de fevereiro, resultou em avanço nos preços dos fretes domésticos”, observa a analista.

Milho

O preço do milho avançou em Chicago com a manutenção de demanda firme pelo cereal de origem americana. Os lotes para maio avançaram 0,59, para US$ 4,72 o bushel.

Nos Estados Unidos, o saldo líquido das exportações chegou a 1,81 milhão de toneladas na semana encerrada em 6 de março, disse hoje o Departamento de Agricultura do país (USDA). Os envios cresceram em relação à semana imediatamente anterior, quando as exportações somaram 1,35 milhão de toneladas.

Já no acumulado da safra 2024/25, as vendas externas alcançaram 29,07 milhões de toneladas, maior que as 21,86 milhões vendidas na temporada anterior.

“Possíveis perdas na safra da Argentina e na safrinha do Brasil também ajudam nesse quadro de demanda, reforçando ainda mais as expectativas de exportação firme nos EUA”, diz Daniele Siqueira.

Trigo

A cotação do trigo subiu de forma expressiva, mas apoiada por fatores técnicos após as baixas recentes. Os contratos para maio fecharam em alta de 2,04%, para US$ 5,6250 o bushel (Globo Rural)

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