Condições climáticas adversas e doenças nas árvores foram responsáveis pela queda na produção.
A safra de laranja de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, maior parque citrícola do mundo, foi a segunda menor da história, com 230,87 milhões de caixas de 40,8 quilos, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). Esse volume é 0,65% inferior à projeção inicial, de 232,38 milhões de caixas, divulgada em maio de 2024, e 24,85% inferior à safra anterior, que totalizou 307,22 milhões de caixas.
Segundo o Fundecitrus, a combinação de condições climáticas adversas e doenças nas árvores foram as responsáveis pela queda na colheita.
A seca afetou o desenvolvimento dos frutos e as altas temperaturas aceleraram sua maturação, levando à antecipação da colheita para bem antes do início das chuvas. Como consequência, uma grande parte da safra foi colhida em um cenário de seca, resultando em menor peso dos frutos.
A incidência de greening, uma doença bacteriana sem cura, também comprometeu a produção. Por outro lado, uma emissão tardia e expressiva da quarta florada atenuou uma quebra que poderia ter sido maior.
“Embora as previsões meteorológicas apontassem para pouca chuva na época de desenvolvimento dos frutos, o impacto das condições climáticas de maio a agosto de 2024 foi muito mais intenso do que o previsto. O volume de chuvas ficou 31% abaixo do previsto, enquanto as temperaturas máximas registraram médias de 3ºC a 4ºC acima da média histórica”, explica em nota o diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres.
Índice de queda e tamanho dos frutos
Com esse cenário, considerando todas as variedades e floradas, o peso médio das laranjas foi de 159 gramas, sendo que os frutos de primeira, segunda e terceira floradas atingiram 162, e os frutos da quarta florada 146 gramas.
O ritmo mais acelerado de colheita contribuiu para diminuir a taxa de queda de frutos e as perdas na produção. A taxa média de queda no cinturão citrícola foi de 17,8% no acumulado geral desde o início da safra. As perdas estimadas com a queda foram de 50 milhões de caixas ao longo da safra.
Os principais motivos foram o greening, responsável por 9,05% e 25 milhões de caixas perdidas, o bicho-furão e as moscas-das-frutas responsáveis por 4,11% e 12 milhões de caixas, além de outros motivos, como queda natural e mecânica, pinta preta, leprose e cancro cítrico.
A estimativa para a próxima safra de laranja e o inventário de árvores serão divulgados no dia 9 de maio de 2025 (Globo Rural)