Contrato futuro atinge US$ 2,70 por libra-peso; investidores se preocupam com safra brasileira.
A cotação do café arábica subiu mais de 4% nesta segunda-feira (16) e atingiu o seu valor mais alto desde 2011, com as preocupações com a safra no Brasil.
Nesta manhã, o contrato futuro subiu para US$ 2,70 (R$ 15,01) por libra-peso e estabeleceu o recorde em 13 anos. Em 2011, o contrato chegou a US$ 2,7180.
A performance foi causada pelos temores com as previsões meteorológicas para o Brasil, que apontam uma piora. O país é o maior produtor de café arábica.
Os negociantes disseram que os modelos meteorológicos estão apontando para chuvas esparsas nas regiões produtoras do Brasil no restante do mês, o que “não será suficiente”. Quanto às chuvas de outubro (na Europa, primavera no Brasil), eles disseram que há muito mais incerteza de que elas serão suficientes.
Um corretor ouvido pela reportagem afirmou que a recomendação é de extrema cautela, o que significa que os clientes devem pensar duas vezes antes de adiar as compras na esperança de que os preços caiam.
Na semana passada, os contratos já haviam subido mais de 10%.
De acordo com os analistas da LSEG, os riscos de seca persistem para as safras do Brasil, já que a secura generalizada e o calor provavelmente retornarão depois que as chuvas esparsas passarem em cerca de dez dias.
O café robusta de novembro subia quase 4%, a US$ 5,475 a tonelada métrica, renovando o maior valor desde que a forma atual do contrato começou a ser negociada há 16 anos.
Os negociantes continuam preocupados com a possibilidade de o tufão Yagi ter causado a queda dos grãos de café no Vietnã, prejudicando a qualidade e interrompendo as operações de secagem.
Maior produtor do café robusta, o Vietnã poderá ter um clima mais úmido do que o normal nos próximos meses, já que se espera que o padrão climático La Niña se desenvolva (Reuters)