Plano Safra: discussões para a definição estão na reta final

Produtor que investe em tecnologia e conserva florestas deve ter acesso a juros mais baixos

Estão na fase final as discussões para a definição do Plano de Safra 2025/2026: instituições representativas do agro, governo e parlamento buscam resolver os grandes desafios para financiar a agropecuária brasileira. Segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o volume de recursos demandados para a próxima safra deve chegar a R$ 1,3 trilhão, com a parcela de crédito oficial da ordem de R$ 599 bilhões.

E a FPA estima que serão necessários pelo menos R$ 25 bilhões do governo para equalizar as taxas de juros.

A dependência desta equalização tem gerado instabilidade no modelo atual, especialmente no contexto de alta da taxa Selic, como a de 14,25% para 14,75% anunciada no último dia 7 de maio pelo Banco Central.

Outra fragilidade é a redução da área segurada pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Entre 2021 e 2024, a cobertura caiu de 16,29 milhões de hectares para 9,5 milhões, apenas 13% da área plantada no país. Para reverter esta situação, a FPA propõe vincular o seguro rural a 1% do total de crédito do Plano Safra, somando R$ 5,99 bilhões.

Além disso, grande parte do financiamento rural provém de bancos, fundos constitucionais e do BNDES, reforçando a importância da equalização dos juros para viabilizar as operações.

A FPA sugere uma abordagem plurianual, semelhante ao modelo americano da “Farm Bill”, como solução para reduzir burocracias, aumentar a previsibilidade e fortalecer a segurança jurídica e operacional dos agricultores brasileiros.

A proposta da Frente Parlamentar da Agropecuária para o Plano Safra 2025/2026 deve ser o ponto de partida para um novo ciclo de políticas públicas. Um planejamento de cinco anos, com metas claras e estabilidade regulatória, daria ao Brasil uma ferramenta estratégica para alinhar produção com sustentabilidade e competitividade a longo prazo.

E é preciso modernizar o acesso ao crédito, reduzir custos cartoriais, exigências burocráticas e assimetrias na aplicação dos recursos. Maior transparência nos custos administrativos e valorização de instituições mais eficientes são relevantes para melhorar o crédito, especialmente aos pequenos e médios produtores.

Por fim, produtor que investe em tecnologia, conserva áreas florestais acima do mínimo legal e promove inclusão social deve ter acesso a juros mais baixos. O Plano Safra do futuro deve ser política de Estado, construída com diálogo, visão de longo prazo e, principalmente, valorização de quem produz e coloca o Brasil entre as maiores potências agrícolas (Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas; Estadão)

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