Cocamar é entusiasta do programa, desenvolvido pela Embrapa Soja, e já vem estruturando o seu Agroverde, para comercialização de créditos de carbono
Comprometida em incentivar uma agricultura cada vez mais resiliente e rentável, além de sustentável, a Cocamar é uma das parceiras da Embrapa Soja no apoio ao desenvolvimento de um protocolo tropical de boas práticas, o programa Soja Baixo Carbono. De acordo com o gerente técnico Emerson Nunes, a Cocamar conta com oito produtores participando de uma iniciativa-piloto conduzida pela instituição, os quais integram um grupo que reúne outros mais de 60 de várias regiões do país.
PILOTO – Para isso, representando a organização, Renato Watanabe, Emerson Nunes e o coordenador da Unidade de Difusão de Tecnologias da cooperativa em Floresta, Felipe Morota, participaram dia 3/9 do primeiro dia de campo sobre Soja Baixo Carbono na sede da Embrapa Soja.
REGENERATIVA – “Reconhecida de longa data por apoiar e incentivar as práticas regenerativas no campo, a Cocamar é uma entusiasta do programa desenvolvido pela Embrapa”, comenta o gerente executivo técnico Renato Watanabe, lembrando que, além de participar do Programa Soja Baixo Carbono, a cooperativa já vem estruturando o seu programa Agroverde, voltado a possibilitar aos seus cooperados que, no futuro, sejam remunerados com a comercialização de créditos de carbono.
TRAJETÓRIA – “Temos uma trajetória de inovações nessa área que vem sendo escrita em parceria com a Embrapa, entre outras instituições”, acrescenta Watanabe, ao falar da decisiva contribuição do programa Soja Baixo Carbono para que a agricultura brasileira seja reconhecida e cada vez mais respeitada pela sua sustentabilidade.
BOAS PRÁTICAS – A Cocamar foi uma das primeiras organizações do país a apoiar o programa de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), desenvolvido pela Embrapa, assim como várias outras práticas preconizadas pela instituição, como o consórcio milho x braquiária e o manejo adequado do solo para a construção da produtividade. “Trabalhamos de longa data com essas boas práticas e sempre há espaço para melhorias”, declara o executivo técnico da cooperativa.
MELHOR REMUNERADO – “Nosso interesse é proporcionar que os pequenos produtores possam participar dessas iniciativas, a fim de que eles sejam melhor remunerados em suas atividades”, acrescenta. Cocamar e Embrapa estão entre as fundadoras em 2012 da Rede ILPF, cujo objetivo é difundir o avanço de sistemas integrados pelo país como solução para ampliar a produção de alimentos a partir da incorporação de áreas de pastagens degradadas.
Soja Baixo Carbono
O Programa Soja Baixo Carbono (SBC) é uma iniciativa que busca agregar valor à soja produzida em sistemas que contribuam para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), combatendo o aquecimento global e permitindo a participação do produtor neste mercado de boas práticas regenerativas, mas que também melhorem a produtividade e rentabilidade do produtor.
PROTOCOLOS – O Programa SBC pretende criar, dentro de dois anos, uma metodologia brasileira, baseada em protocolos científicos validados internacionalmente e considerando os resultados obtidos em 40 anos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. A construção metodológica será coordenada pela Embrapa Soja com a participação do setor produtivo, no desenvolvimento de métricas que atestem a sustentabilidade da soja brasileira e a adoção de práticas e tecnologias que reduzam a emissão de GEEs, a partir de critérios objetivamente mensuráveis, reportáveis e verificáveis, certificando a soja produzida com baixa emissão de carbono.
DIFERECIAL – O diferencial do Selo Baixo Carbono é o foco no produto e no balanço de emissões GEEs; quantificação da redução das emissões; valorização da cultura da soja com maior eficiência de produção por unidade de CO2 – eq. emitida; protocolo reconhecido internacionalmente e baseado em ciência e sistema de controle do tipo MRV (mensurável, reportável e verificável).
Agroverde
Depois de anos de pesquisa e da busca por parceiros, a Cocamar propôs aos cooperados, através do Programa Agroverde, a participação no mercado voluntário de crédito de carbono, oferecendo às grandes empresas e ao mercado europeu a possibilidade de compensar as emissões adquirindo dos produtores crédito de carbono excedente.
CUSTO – Devido ao alto custo para mensurar, reportar e desenvolver todos os passos necessários para comercializar o crédito de carbono, muitos produtores não conseguiriam fazê-lo sozinhos. A Cooperativa entra como parceira que vai custear parte desses recursos e ainda incentiva e possibilita a recuperação de áreas degradadas com práticas sustentáveis, aumentando a rentabilidade do produtor.
AGRICULTURA – No primeiro momento, o programa irá considerar apenas o sequestro de carbono com práticas conservacionistas na agricultura, deixando para trabalhar com o pagamento de crédito de carbono com a conservação de florestas num segundo momento.
CRITÉRIOS – Há diversos critérios para participar como ser cooperado e ter adicionalidade ao sistema adotado. Isso significa que um produtor que já faz plantio direto ou ILP há anos para participar do programa ele precisa acrescentar algo mais aos dois sistemas como o plantio de milho com braquiária ou a rotação de culturas ao plantio direto e o mix de cobertura ao ILP. Assim ele terá a adicionalidade necessária. Já no caso do produtor que possui uma pastagem degrada, o ILP já é a adicionalidade. (Jornal Cocamar)