Greening atinge 47% das laranjeiras em SP e MG; avanço da doença desacelera

Número de árvores contaminadas chega a quase 100 milhões

O greening atingiu 47,63% das laranjeiras no cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste Mineiro, aponta o levantamento anual realizado pelo Fundecitrus. O número representa um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior, quando a incidência foi de 44,35%. Apesar da alta, o ritmo de crescimento da doença desacelerou pelo segundo ano consecutivo.

Nos anos anteriores, os avanços haviam sido mais acentuados, de 16,5% de 2023 para 2024 e 55,9% de 2022 para 2023. “O citricultor teve um cuidado maior na escolha das áreas para novos plantios, dando preferência a regiões com menor risco de contaminação, e foi retomada a prática de eliminar árvores doentes com até cinco anos, seguida do replantio imediato. Além disso, registrou-se uma queda muito significativa na população do vetor da bactéria, o psilídeo, em 2024 em função da qualidade do controle”, explica Renato Bassanezi, pesquisador do Fundecitrus.

A incidência nos pomares mais jovens, de 0 a 2 anos, caiu 51,4%, e nos de 3 a 5 anos, 17,1%. Já os pomares com mais de 10 anos apresentam a maior incidência, com 58,43% das árvores contaminadas, seguidos pelos de 6 a 10 anos, de 3 a 5 anos e de 0 a 2 anos, com 57,79%, 39,18% e 2,72%, respectivamente.

O número absoluto de árvores contaminadas chega a quase 100 milhões, de um total estimado de 209 milhões no cinturão citrícola. A progressão da doença tem relação com fatores como a presença de plantas doentes nos pomares, alta densidade populacional do psilídeo e condições climáticas favoráveis à multiplicação da bactéria no segundo semestre de 2024.

Mesmo com a queda de 41% na população de psilídeos em 2024, os níveis do inseto ainda permanecem de quatro a nove vezes acima dos registrados antes de 2020. Essa redução foi atribuída ao uso de técnicas como rotação de inseticidas, aplicação de caulim e pulverizações mais eficientes.

A severidade média da doença também aumentou, passando de 18,7% em 2024 para 22,7% em 2025. Com isso, aumentou a queda prematura de frutos. O percentual de laranjas perdidas passou de 3,1% na safra 2021/22 para 9,1% na safra 2024/25, o que representa 50,8% das frutas que caíram antes da colheita.

Entre as 12 regiões analisadas, seis registram incidência superior a 60%. As áreas mais afetadas são Limeira, com 79,9%, Porto Ferreira, com 70,6%, Avaré em 69,2%, Duartina, com 62,7% e Brotas, com incidência de 60,8%. Bebedouro e Altinópolis seguem com índices elevados, acima dos 40%.

Segundo o relatório, regiões como São José do Rio Preto e Itapetininga apresentaram aumento expressivo da doença, alcançando 34,3% e 28,7% de incidência da doença, respectivamente. Já Votuporanga e o Triângulo Mineiro continuam com as menores taxas, de 3,1% e 0,3%, respectivamente.

O Fundecitrus orienta que o manejo do greening seja adaptado à realidade regional. Em áreas com alta incidência, recomenda-se o controle rigoroso do psilídeo, mesmo sem erradicação das plantas doentes. Nas regiões com baixa incidência, a eliminação imediata das árvores contaminadas e o controle contínuo do vetor são considerados essenciais para conter a doença (Globo Rural)

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