O Brasil está próximo de exportar volumes recordes de soja no primeiro trimestre, puxado pela forte demanda da China, maior importadora mundial, em meio à guerra comercial com os EUA, afirmam analistas com base em dados de embarque. Até 25 de março, foram embarcadas 22,8 milhões de toneladas, sendo 17,7 milhões para a China, números recordes segundo Eduardo Vanin, da Agrinvest.
Os embarques ainda não refletem plenamente os efeitos da disputa comercial, mas uma escalada pode aumentar a demanda chinesa pelo Brasil no segundo semestre, como ocorreu em 2018. As exportações atuais incluem 33 milhões de toneladas compradas antecipadamente até dezembro de 2024, 7 milhões a mais que no ano anterior, disse Vanin.
André Pessôa, da Agroconsult, destaca que a guerra comercial tem pouco impacto agora, mas as compras antecipadas da China sugerem preparação para tensões com os EUA. O Brasil deve colher 170 milhões de toneladas de soja este ano, maior volume da história, enquanto Luiz Roque, da Hedgepoint, prevê até 18 milhões de toneladas enviadas à China no trimestre, superando 2024.
A China já centraliza suas compras no Brasil, tendência que cresce há anos e se intensificou em 2018, mesmo sem guerra comercial, observa Roque. Em janeiro e fevereiro, 79% da soja brasileira foi para a China, contra 75% em 2024, segundo a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) (Reuters)
