Agro dá salto e caminha para se tornar o mais relevante participante global

Por José Roberto Mendonça de Barros

País é um fornecedor confiável, distante de conflitos geopolíticos, produzindo em uma extensa área, o que reduz o risco de grandes quebras de produção.

Em meio às enormes incertezas trazidas pela administração Trump, o agronegócio brasileiro caminha para se tornar o mais relevante participante global nos mercados oceânicos.

Isso já vem silenciosamente ocorrendo: aumentamos volumes, diversificamos pautas e abrimos mercados. O país é o maior exportador global de açúcar, soja, suco de laranja, café, aves e bovinos. No milho, disputamos a liderança com os EUA, e somos o segundo em farelo de soja, óleo de soja e algodão. Em suínos, atingimos o terceiro lugar.

A OCDE mostra há anos que o Brasil tem a agropecuária mais competitiva do mundo, sem depender de grandes subsídios (a isenção da cesta básica é, antes de tudo, um estímulo ao consumidor, uma política pública).

No plano global, o País é um fornecedor confiável, distante de conflitos geopolíticos, produzindo em uma extensa área, o que reduz o risco de grandes quebras de produção. Temos um robusto sistema de defesa sanitária – pública e privada – que tem permitido enfrentar e conviver com a gripe aviária. A aceitação, por países como o Japão, de que o bloqueio atingisse apenas o município onde houve o único caso em granja comercial até agora é prova disso. Nosso gado é criado a pasto e, agora, reconhecido como sem febre aftosa.

Temos a enorme vantagem de ser a única grande agricultura a ter jovens nela trabalhando, em larga escala. Jovens mais qualificados trazem energia, novas visões e horizonte de futuro.

O ponto mais relevante é que a melhoria tecnológica se tornou endógena, coisa quase única no país, dada a grande ligação dinâmica entre produtores, pesquisadores, produtores de insumos, processadores, extensionistas e cooperativas.

A produtividade será impulsionada pela expansão da agricultura de precisão, da digitalização e da agricultura regenerativa, que levarão a menor uso de certos insumos e reduzirão o custo de produção. Também têm um papel as contínuas melhoras no sistema integrado de produção (lavoura, pecuária e pastagens) e no controle de pragas.

Assistimos à intensificação no uso de bioprodutos de várias naturezas e a melhoras contínuas na utilização de BigData, na gestão de riscos de produção, nas finanças e nas atividades empresariais.

O desenvolvimento também ocorrerá pela criação de valor por meio de muitos caminhos. Em razão de espaço, voltaremos a isso em nosso próximo encontro, analisando também a difícil situação da agricultura americana sob Trump e algumas de suas consequências (José Roberto Mendonça de Barros, economista e sócio da MB Associados; Estadão)

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