Valores consideram quantidade produzida e preços nas negociações neste ano.
O setor de aves atingiu, pela primeira vez, um valor de negociação de R$ 100 bilhões dentro da porteira, 7,2% acima do de 2023. Esse valor considera os preços recebidos pelos produtores e a produção obtida.
Os dados são do VBP (Valor Bruto da Produção) do Ministério da Agricultura, referentes a setembro. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país abate 1,6 bilhão de aves por trimestre, o que rende 3,4 milhões de toneladas de carne equivalente carcaça em cada período.
Setembro foi uma fase de recuperação para o setor, com forte crescimento nas exportações. No acumulado do ano, o país colocou 3,92 milhões de toneladas de carne de frango no mercado externo, obtendo receitas de US$ 7,3 bilhões, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
Esse valor, no entanto, ainda é inferior ao de igual período de 2023, quando os preços externos estavam mais aquecidos.
Segundo o Ministério da Agricultura, o frango entra na lista dos produtos que superam os R$ 100 bilhões de renda dentro da porteira. A liderança é da soja, com R$ 285 bilhões, seguida de bovinos (R$ 146 bilhões), milho (R$ 122 bilhões) e cana-de-açúcar (117 bilhões).
Do volume financeiro obtido pelo setor de avicultura, 35% ficam entre produtores do Paraná, estado que concentra a maior produção de frango e lidera as exportações. Apenas em setembro, os paranaenses colocaram 196 mil toneladas no exterior.
Devido à forte presença paranaense na produção nacional, a região Sul soma receitas de R$ 58 bilhões no ano, bem acima das demais. A Sudeste ocupa o segundo posto com R$ 21 bilhões.
Mesmo com a forte presença da avicultura na produção agropecuária do estado, o Paraná perdeu a terceira posição no ranking nacional do VBP para Minas Gerais.
A diversificação das culturas mineiras e os preços elevados de alguns produtos do estado, como o café, garantiram essa posição. Minas Gerais está atrás apenas do líder Mato Grosso e de São Paulo.
A queda dos preços médios internacionais e nacionais dos produtos agrícolas fará com que o valor bruto da produção brasileira recue para R$ 1,2 trilhão neste ano, 2% abaixo do registrado em 2023. Dois dos produtos de maior peso na agropecuária brasileira, soja e milho, terão quedas de 17% nas receitas dentro da porteira neste ano.
Já o arroz, com preços em alta, renderá R$ 25 bilhões, com elevação de 17%. O café, ao atingir R$ 72 bilhões, sobe 41%. O Ministério da Agricultura acompanha 17 produtos no segmento de lavouras e 5 no de pecuária. A agricultura, após uma alta no valor da produção nos anos recentes, deverá registrar queda de 4,2% em 2024, recuando para R$ 809 bilhões.
Já a pecuária, que vinha em queda, terá um montante de receitas de R$ 387 bilhões dentro da porteira, 2,3% a mais do que em 2023 (Folha)