Para o Brasil, estimativas da colheita de grãos foram mantidas.
Em seu último relatório de oferta e demanda de 2024, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou um aumento na produção global de soja em 2024/25. Segundo o órgão, a oferta deverá ser de 427,14 milhões de toneladas, aumento de 0,4% em relação à estimativa de novembro. Para os estoques globais houve ligeiro aumento, de 0,1%, previstos agora em 131,87 milhões de toneladas.
Nos principais produtores de soja do mundo, o USDA não trouxe mudanças no quadro de oferta e demanda. Desse modo, os preços permaneceram praticamente estáveis no mercado internacional.
Para os Estados Unidos, o USDA manteve suas previsões do último mês, em 121,42 milhões de toneladas. Os estoques finais americanos ficaram em 49,67 milhões de toneladas, inalterado em relação a novembro.
No caso do Brasil, a produção foi mantida em 169 milhões de toneladas. O número ficou levemente abaixo das apostas de analistas de mercado, que esperavam 169,35 milhões. Ainda sobre o Brasil, as exportações permaneceram em 105,5 milhões de toneladas; e os estoques em 33,52 milhões, mesmo número de novembro.
A mudança mais relevante aconteceu para a Argentina. O USDA estimou uma safra no país de 52 milhões de toneladas, alta mensal de 2%. A expectativa dos analistas era para um ajuste de 51,35 milhões.
Milho
O USDA reduziu a estimativa de produção de milho para a safra de milho 2024/25 de 1,219 bilhão de toneladas para 1,217 bilhão de toneladas. Além disso, os estoques finais, que em novembro eram estimados em 304,1 milhões de toneladas, agora espera-se que atinjam 296,44 milhões de toneladas ao final da safra.
A produção americana, maior produtor mundial do grão, foi mantida na estimativa de 386,64 milhões de toneladas, apesar de um aumento nas exportações de 59,06 milhões para 62,87 milhões. Os estoques finais, por sua vez, foram reduzidos de 49,23 milhões de toneladas para 44,15 milhões de toneladas.
No caso do Brasil, as estimativas foram mantidas, com uma produção de 127 milhões de toneladas, importação de 1,5 milhão, exportação de 48 milhões e estoques finais de 2,48 milhões de toneladas.
A Argentina também teve uma manutenção das projeções, com 51 milhões de toneladas de produção, 36 milhões de exportação e estoques finais de 2,79 milhões.
A União Europeia teve uma pequena redução na estimativa de sua produtividade, de 58,8 para 58 milhões de toneladas, uma elevação das importações de 19 para 19,5 milhões de toneladas e redução de importações de 3,30 para 2,5 milhões de toneladas.
Trigo
O USDA reduziu em quase 2 milhões de toneladas sua estimativa para a colheita global de trigo em 2024/25, para 792,95 milhões de toneladas. Em seu relatório de oferta e demanda de dezembro, o órgão americano diz que foram feitos ajustes nas projeções da União Europeia, Canadá e Brasil.
Apesar desse corte, o quadro geral de oferta e demanda não deve se alterar. Isso porque o USDA fez uma correção nos estoques iniciais do cereal, de 266,25 milhões para 267,41 milhões de toneladas, compensando as perdas da safra atual.
A percepção de consumo mundial foi reduzida em 2 milhões de toneladas, para 802,47 milhões de toneladas. Assim, a previsão de estoques mundiais em 2024/25 subiu 300 mil toneladas, para 257,88 milhões de toneladas.
No Brasil, a previsão de colheita passou de 8,50 milhões para 8,10 milhões de toneladas. Como as perspectivas de consumo permanecem em 11,9 milhões de toneladas, o USDA elevou os números de importação para o país, de 6 milhões para 6,20 milhões de toneladas.
Nos EUA, que influenciam as cotações do cereal na bolsa de Chicago, a estimativa de colheita nesta safra permaneceu em 53,65 milhões de toneladas, mas as estimativas de exportação cresceram 700 mil toneladas, para 23,13 milhões de toneladas. Assim, o USDA cortou as estimativas de estoque americano ao fim de 2024/25, de 22,17 milhões para 21,63 milhões de toneladas (Globo Rural)