USDA corta previsão de safra de soja no mundo e nos EUA

Essa é a primeira estimativa publicada após a paralisação dos serviços públicos americanos; órgão manteve expectativa para colheita global de milho e elevou a de trigo.

Após a paralisação do serviço público nos Estados Unidos por 43 dias, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe as atualizações de oferta e demanda mundial de grãos e cereais na temporada 2025/26. Em relação à soja, o órgão reduziu em 1% em relação a setembro sua estimativa para a safra mundial, agora prevista em 421,75 milhões de toneladas.

Ajuste significativo também foi registrado nos estoques finais de soja no mundo, com redução de 1,6%, e um volume de 121,99 milhões de toneladas.

A grande expectativa do mercado estava nos números para a safra dos EUA, que se encaminha para a reta final de colheita. Os dados ficaram aquém das apostas. O USDA cortou em 1,1% a projeção para a safra americana, que deverá atingir 115,75 milhões de toneladas. Analistas de mercado acreditavam que esse número seria de 114,31 milhões.

A disputa comercial EUA-China e ausência de demanda asiática pela soja americana resultaram em uma forte queda nas estimativas de exportação. Os americanos devem exportar 44,5 milhões de toneladas, recuo de 3% na comparação com setembro.

A previsão para os estoques finais nos EUA sofreu queda de 3,4%, para um volume de 7,89 milhões de toneladas, em linha com as apostas de mercado, que previam 7,95 milhões.

Apesar de dados considerados “altistas” para os preços da soja no mercado internacional, os contratos futuros com entrega para janeiro registravam queda de 1,33% às 14h22.

Para a safra da América do Sul, o departamento americano manteve em 175 milhões de toneladas a estimativa de colheita no Brasil. A previsão para as exportações aumentou 0,4%, para 112,5 milhões de toneladas, enquanto os estoques foram reduzidos em 2,4%, com projeção de 36,36 milhões.

No caso da Argentina, a previsão de colheita da soja permaneceu em 48,5 milhões de toneladas, enquanto a exportação teve um expressivo aumento, de 37,5%, para 8,25 milhões. A previsão para os estoques no país, por sua vez, caíram 4,2% em relação a setembro, para um volume de 22,85 milhões de toneladas.

Milho

O USDA apresentou ajustes para o cenário de milho nos Estados Unidos. A produção em 2025/26 agora é prevista em 425,53 milhões de toneladas, quase 2 milhões menos que o calculado no último relatório. No entanto, o USDA também fez ajustes nos estoques iniciais da safra, com um aumento superior a 5 milhões de toneladas, de forma que a oferta está se sobrepondo a demanda no país.

A previsão de consumo de milho dentro dos EUA permanece em 332,35 milhões de toneladas e a estimativa de exportação aumentou 3,4%, para 78,11 milhões de toneladas. “Os dados de inspeção indicam que as exportações estabeleceram um recorde mensal durante setembro e novamente em outubro”, justifica o USDA.

Com esse quadro, a previsão de estoques finais de milho no país ficou em 54,71 milhões de toneladas, 2,2 milhões mais que o previsto no último texto.

Em relação aos dados mundiais, o USDA manteve a produção mundial prevista em 1,3 bilhão de toneladas; a demanda, em 1,3 bilhão também; e os estoques, em 281,34 milhões de toneladas.

No quadro do Brasil, o departamento americano aumentou os estoques iniciais, sem justificar. E também elevou em 500 mil toneladas a previsão de consumo no país, para 66 milhões de toneladas. As exportações aumentaram 1,6%, para 96,50 milhões de toneladas.

Trigo

O USDA elevou sua estimativa de produção mundial de trigo na safra 2025/26 para 828,89 milhões de toneladas, acima das 816,2 milhões estimadas em setembro, puxados por revisões positivas em diversos grandes exportadores, como Cazaquistão, Argentina, União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Rússia e Canadá.

O USDA também ajustou para cima o consumo global, agora previsto em 818,9 milhões de toneladas, incremento de 4,3 milhões impulsionado principalmente pelo maior uso para ração e perdas residuais na Rússia, Cazaquistão e União Europeia.

O comércio internacional foi revisado para 217,2 milhões de toneladas, aumento de 2,5 milhões, refletindo maiores exportações de Argentina, Austrália e Cazaquistão, parcialmente compensadas pela redução projetada para a Rússia.

Com isso, os estoques finais globais de 2025/26 foram estimados em 271,4 milhões de toneladas, um aumento de 7,4 milhões frente à projeção anterior, patamar que, segundo o USDA, representaria o primeiro crescimento anual dos estoques de trigo desde a safra 2019/20.

Entre os grandes produtores, os Estados Unidos tiveram sua projeção de produção elevada de 52,45 milhões para 54,01 milhões de toneladas. A Argentina, maior fornecedora do Brasil, teve a estimativa ampliada de 19,5 milhões para 22 milhões de toneladas, com exportações ajustadas de 13 milhões para 14 milhões de toneladas.

A Austrália também recebeu revisão positiva, passando de 34,5 milhões para 36 milhões de toneladas, enquanto a União Europeia teve sua projeção elevada de 140,1 milhões para 142,3 milhões de toneladas. A Rússia, maior exportadora global, teve produção ajustada de 85 milhões para 86,5 milhões, e a Ucrânia manteve sua previsão em 23 milhões de toneladas.

Para o Brasil, o USDA aumentou os estoques iniciais de 2,48 milhões para 2,69 milhões de toneladas. A projeção de produção nacional subiu de 7,5 milhões para 7,7 milhões de toneladas. As importações foram mantidas em 7,3 milhões, e as exportações, em 2,5 milhões de toneladas. Os estoques finais tiveram leve alta, passando de 2,48 milhões para 2,84 milhões de toneladas (Globo Rural)

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