União Europeia produz mais, mas tarifa de Trump gera incertezas

Alimento pode subir em período em que a inflação do setor supera a média geral.

O cenário de 2025/26 será melhor para os europeus do que o dos anos recentes. A produção de cereais aumenta 4,1% e a de oleaginosas, 12%. Com isso, a União Europeia terá maior disponibilidade de produto para exportar e poderá reduzir as importações.

Os dados são da Direção Geral de Agricultura e do Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia. Com maior oferta de produtos, as perspectivas são de aumento de 26% nas exportações e de redução de 19% nas importações.

O problema é que no meio do caminho apareceu Donald Trump. A taxa imposta à União Europeia é de 15%, bem abaixo dos 50% do Brasil, mas uma série de gargalos já assustavam os produtores europeus.

No ano passado, a União Europeia exportou o correspondente a US$ 41,9 bilhões em produtos relacionados à agropecuária para os Estados Unidos, segundo dados do governo americano.

Deste valor, US$ 36,7 bilhões foram de produtos agrícolas. Já os itens voltados exclusivamente para os consumidores somaram US$ 25,2 bilhões. A preocupação agora é o quanto a nova tarifa, que atinge todos os países, vai interferir nos preços e no consumo dos americanos.

Assim como ocorre com relação ao Brasil, os americanos dependem muito de alguns produtos europeus. No caso do Brasil são café, suco e, de certa forma, a carne bovina. No europeu, são vinhos, óleos vegetais e outros óleos essenciais, lácteos, frutas e vegetais.

Os gastos dos americanos com a importação de vinho feita na União Europeia somaram US$ 5,7 bilhões em 2024; os com cereais e massas, US$ 2,6 bilhões, e os com frutas e vegetais processados, US$ 2,4 bilhões.

Só em café, mesmo não sendo produtores, os europeus enviaram o correspondente a US$ 525 milhões para os americanos. As exportações dos brasileiros, os maiores produtores mundiais, renderam US$ 2,1 bilhões, segundo dados do governo americano.

A preocupação dos europeus é que a tarifa de Trump é mais um componente de risco para um setor já afetado por questões geopolíticas e pelo aumento de tensões comerciais. Isso enfraquece as perspectivas econômicas globais e da União Europeia.

O fortalecimento do euro favorece a importação de insumos, mas tornam as exportações mais caras em um período em que a inflação dos alimentos supera a média geral de alta dos preços.

Além de tudo isso, o setor ainda vive com as incertezas do clima, avalia o relatório da Comissão Europeia, divulgado no final de julho.

Soja isenta 

A soja não transgênica representa 2% da produção nacional da oleaginosa. Luiz Fiorese, novo presidente do Instituto Soja Livre, diz que há potencial para crescimento das vendas para o mercado global, principalmente para os da Europa e da Ásia.

A produção não transgênica é sinônimo de preservação e de sustentabilidade, afirma. Um dos objetivos do instituto é firmar contratos de longo prazo para dar maior estabilidade ao produtor.

Geada

A onda de frio que passou pelas lavouras de milho no norte do Paraná há algumas semanas trouxe sérios danos para a produção do cereal.

Os produtores iniciaram a colheita e os que tiveram as lavouras mais afetadas estão obtendo próximo de 17 sacas por hectare. É um volume que não compensa os gastos com a colheita, mas não se pode deixar o milho lá, afirma um deles (Folha)

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