Trump pede à China que quadruplique os pedidos de soja

EUA são responsáveis por 25% do produto importado pelos chineses; Brasil fica com 75%.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu no domingo (10/8) que a China quadruplique suas compras de soja a dois dias de ser suspensa a trégua tarifária entre os dois países, o que fez os preços da soja em Chicago dispararem, embora analistas tenham rapidamente questionado a viabilidade de qualquer acordo do tipo.

Em postagem feita na noite de domingo na rede social Truth Social, Trump afirmou que a China estava preocupada com a escassez de soja e que esperava que o país quadruplicasse rapidamente os pedidos da oleaginosa dos EUA.

“Um serviço rápido será prestado. Obrigado, Presidente XI”, disse Trump na postagem. O contrato de soja mais ativo na Bolsa de Chicago (CBOT) saltava 2,2%, para US$ 10,09 (R$ 55,02) o bushel às 7h (horário de Brasília) desta segunda-feira, depois da publicação de Trump.

Maior comprador de soja do mundo, a China importou cerca de 105 milhões de toneladas do grão no ano passado, um pouco menos de um quarto vindo dos Estados Unidos e a maior parte do restante do Brasil. Quadruplicar os embarques exigiria que a China importasse dos EUA a maior parte de sua soja.

“É altamente improvável que a China venha a comprar quatro vezes o volume habitual de soja dos Estados Unidos”, disse Johnny Xiang, fundador da AgRadar Consulting, sediada em Pequim.

Uma trégua tarifária entre Pequim e Washington deve expirar em 12 de agosto, mas o governo Trump deu a entender que o prazo pode ser prorrogado. Não está claro se garantir o acordo da China para comprar mais soja dos EUA é uma condição para estender a trégua, já que Trump busca reduzir o superávit comercial da China com os EUA.

Os futuros do farelo de soja na China caíram 0,65%, para 3.068 iuanes (R$ 2.327,08) por tonelada, devido a expectativas de que as importações dos EUA poderiam aumentar a oferta.

O Ministério do Comércio da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

Segundo o acordo comercial da Fase Um, assinado durante o primeiro mandato de Trump, a China concordou em aumentar as compras de produtos agrícolas dos EUA, incluindo a soja. No entanto, Pequim ficou muito aquém do cumprimento dessas metas.

Este ano, em meio às tensões comerciais entre Washington e Pequim, a China ainda não comprou nenhum grão norte-americano para o quarto trimestre, alimentando preocupações com a aproximação da temporada de exportação da safra dos EUA.

“Do lado de Pequim, houve vários sinais de que a China está preparada para renunciar totalmente à soja dos EUA este ano, inclusive reservando aquelas cargas de teste de farelo de soja da Argentina”, disse Even Rogers Pay, analista agrícola da Trivium China.

A Reuters informou anteriormente que os fabricantes de ração chineses compraram três cargas de farelo de soja argentino, com o objetivo de garantir suprimentos sul-americanos mais baratos em meio a preocupações sobre uma possível interrupção no fornecimento de soja no quarto trimestre.

O setor de soja dos EUA tem buscado compradores alternativos, mas nenhum outro país se equipara à escala da China. No ano passado, a China importou 22,13 milhões de toneladas de soja dos EUA e 74,65 milhões de toneladas do Brasil (Folha)

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