A empresa de comércio de commodities Mercuria coordena a venda.
Tocantins busca a venda de mais de R$ 2,5 bilhões (US$ 430,16 milhões) em créditos de carbono relacionados à conservação florestal até 2030, disse o governo estadual nesta quinta-feira (14/11).
As empresas geralmente compram esses créditos para compensar uma parte de suas emissões de gases de efeito estufa na busca de metas voluntárias para conter o aquecimento global, essencialmente pagando por projetos que reduzem a poluição climática.
Tocantins pretende vender cerca de 50 milhões de créditos de carbono, cada um equivalente a uma tonelada métrica de carbono sequestrado por florestas e outras vegetações nativas em todo o estado até o final da década, disse o governo em um comunicado.
O valor e o número de créditos de carbono dependem do sucesso do estado em reduzir o desmatamento. O governo estadual compartilhou detalhes de sua emissão planejada de créditos de carbono com a Reuters antes do anúncio oficial.
Cientistas dizem que a proteção da floresta amazônica é vital para conter as mudanças climáticas devido à vasta quantidade de dióxido de carbono que suas árvores absorvem.
O governo federal anunciou na semana passada que o desmatamento na Amazônia brasileira caiu para o nível mais baixo desde 2015.
Tocantins apresentará nesta quinta a documentação para validar o projeto sob o padrão de crédito de carbono ART-TREES, apresentando oficialmente o projeto na COP29, no Azerbaijão.
A empresa de comércio de commodities Mercuria está coordenando a venda.
A submissão buscará certificar de 17 milhões a 18 milhões de créditos para carbono sequestrado de 2020 a 2024, sem incluir créditos reservados para casos de incêndios florestais ou outras contingências, disse uma pessoa familiarizada com o acordo à Reuters.
Esses créditos podem valer pelo menos R$ 850 milhões, com base na avaliação geral do governo sobre o acordo.
A venda desse lote de créditos provavelmente será concluída na segunda metade de 2025, disse a fonte sob condição de anonimato, já que esses detalhes não são públicos.
O número de créditos envolvidos supera os acordos deste ano da Microsoft, Google e Meta para comprar créditos de carbono florestal no Brasil, e também ultrapassa o acordo do governo do estado do Pará para vender créditos a um grupo de empresas. (Folha)