Tecnologia para reduzir mortalidade de leitões no período mais crítico

Especialista alerta sobre cuidados essenciais nas primeiras horas de vida dos leitões e traz soluções para enfrentar um dos maiores desafios das maternidades suínas: Evitar a hipotermia para garantir consumo ideal de colostro por todos os leitões 

Os primeiros dias de vida dos leitões representam um dos maiores desafios para a suinocultura moderna. Altamente sensíveis e dependentes de cuidados específicos, os animais recém-nascidos enfrentam riscos que podem comprometer não apenas sua sobrevivência, mas todo o seu desempenho produtivo futuro. “É nessa fase que se dá ao leitão condições ambientais, imunológicas e nutricionais para demonstrar todo o seu potencial genético. Por isso, qualquer falha pode trazer impactos econômicos significativos para o produtor”, explica o zootecnista e consultor de Premix Suínos da Trouw Nutrition, Ednilson Araújo.

Segundo o especialista, a manutenção da temperatura corporal logo após o nascimento é fundamental para garantir a mobilidade e a disposição para procurar o teto da mãe e ingerir o colostro o mais rápido possível para adquirir proteção e imunidade passiva, já que a absorção diminui consideravelmente quando a ingestão do primeiro colostro é retardada. O ambiente das maternidades é climatizado para atender ao conforto térmico da matriz, entre 18°C e 22°C. Acima de 25ºC, ela começa a sentir estresse por calor. Já os leitões recém-nascidos precisam manter a temperatura corporal entre 38ºC e 39ºC neste ambiente, que é frio para eles, para evitar o início de uma hipotermia com perda de vigor, ingestão menor e tardia de colostro e maior risco de hipoglicemia. “Esse descompasso térmico obriga o leitão a gastar sua pouca reserva de glicogênio para se aquecer, em vez de usá-la para mamar e se fortalecer. Isso compromete a imunidade, o ganho de peso e, em casos mais severos, pode levar à morte”, afirma.

Diante desse cenário, Araújo defende a adoção de boas práticas de manejo e tecnologias específicas para garantir a sobrevivência e o bom desenvolvimento dos animais. Um dos recursos apontados por ele é uma solução desenvolvida para criar uma camada protetora sobre o leitão, ajudando a estabilizar a temperatura corporal logo após o nascimento. “A aplicação contribui para manter os leitões aquecidos, preservando energia vital para a amamentação. Isso reduz a ocorrência de diarreias, hipoglicemia, melhora o ganho de peso e diminui a mortalidade”, destaca.

Além disso, o consultor lembra que cada leitão deve receber ao menos 250 ml de colostro nas primeiras 24 horas de vida, com a primeira mamada imediatamente após a proteção contra a hipotermia. Ainda assim, é importante que o leitão faça a máxima ingestão possível de colostro nas primeiras seis horas de vida, entre 100 ml e 150 ml, já que a permeabilidade intestinal aos anticorpos é máxima logo após o nascimento e cai rapidamente após as primeiras seis horas. “Garantir anticorpos nesta janela de seis horas é essencial para a defesa contra infecções. Os leitões nascem com um nível muito baixo de gordura corporal e pouco glicogênio hepático e muscular que se esgota mais rapidamente quando estão desprotegidos em um ambiente frio para eles. Se perdem essa energia tentando se aquecer, ficam vulneráveis a doenças e acidentes como o esmagamento. Tecnologias ajudam a evitar esse tipo de risco ao promover um ambiente seco, sem odores indesejáveis, e ao permitir acesso mais rápido ao colostro”, complementa.

Com o avanço da genética e o aumento da prolificidade nas granjas, garantir a sobrevivência e o bom desempenho dos leitões se torna uma tarefa cada vez mais estratégica. E, segundo o especialista, o investimento em tecnologia e manejo adequado nos primeiros momentos de vida é essencial para o sucesso da produção suinícola.  

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