Exportações de 2026 recuam para US$ 169 bilhões; importações serão de US$ 211 bi.
Donald Trump faz promessas aos produtores americanos de que o cenário vai melhorar para o setor, mas os números do próprio Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) não indicam isso.
As exportações agropecuárias dos Estados Unidos, que chegaram a US$ 196 bilhões há três anos, vêm recuando e deverão cair para US$ 169 bilhões no ano fiscal de 2026 (outubro de 2025 a setembro de 2026). Neste ano, ficarão em US$ 173 bilhões.
Pelos números do Usda, os Estados Unidos apostam na Europa, mas perdem grande participação na Ásia. Nesta última região, as exportações recuarão de US$ 68 bilhões, no ano passado, para US$ 55,7 bilhões no próximo.
Um dos grandes recuos será por conta da China, país que reduzirá as compras de produtos agropecuários dos americanos para US$ 9 bilhões em 2026, um número bem inferior dos US$ 26 bilhões registrados em de 2024. Neste ano, as estimativas são de que os americanos consigam colocar produtos no valor de US$ 17 bilhões no mercado chinês.
As exportações do setor para a União Europeia estão previstas em US$ 15 bilhões no próximo ano, acima dos US$ 12,4 bilhões do ano passado. Embora em valores menores, o crescimento também virá da África. O Usda espera que as vendas para os africanos subam para 5,7 bilhões no próximo ano, 63% a mais do que as obtidas no ano passado.
Na difícil disputa com os vizinhos Canadá e México, as esperanças recaem mais nos mexicanos, que devem elevar as importações do setor para US$ 31,2 bilhões em 2026, acima dos valores deste ano e do anterior. Já o Canadá mantém o patamar de compras em US$ 28 bilhões.
As exportações dos Estados Unidos para o Brasil ficam estáveis em US$ 900 milhões, segundo o Usda. Já as importações de produtos brasileiros pelos americanos recuam de US$ 9,4 bilhões, neste ano, para US$ 6,9 bilhões no próximo.
A pesada tarifa imposta sobre os produtos brasileiros vai refletir nos gastos americanos. As importações de café de todos os mercados, que somaram US$ 9 bilhões no ano passado, e caminham para US$ 13 bilhões neste, deverão atingir US$ 14 bilhões em 2026. A compra de carne bovina sobe de US$ 10,3 bilhões, em 2024, para US$ 12,7 bilhões em 2026.
Quanto a volumes, o Usda prevê aceleração das exportações de milho para 73 milhões de toneladas no próximo ano fiscal, mas vê queda nas de soja para 46,4 milhões. O volume de carne bovina exportada, que foi de 1 milhão de toneladas no ano passado, recua para 900 mil neste e para 800 mil no próximo (Folha)