StoneX prevê alta de 8,4% na 2ª safra de milho; eleva projeção de soja

A segunda safra de milho do Brasil, que deve responder por mais de 75% da produção brasileira do cereal em 2024/25, foi estimada nesta sexta-feira em 101,5 milhões de toneladas, variação anual positiva de 8,4%, de acordo com a primeira previsão da consultoria StoneX para a colheita de inverno do ano que vem.

Esse aumento esperado é decorrente da expectativa de crescimento de 0,8% na área plantada e de uma forte recuperação da produtividade, após alguns Estados terem enfrentado condições mais secas em parte do ciclo 2023/24.

“Como a segunda safra de milho é plantada somente após a colheita da soja, mudanças importantes ainda poderão ocorrer, com destaque para a influência do clima”, disse a StoneX em relatório sobre a previsão preliminar.

A consultoria lembrou que a segunda safra é um cultivo mais arriscado, pois precisa se desenvolver antes da seca que predomina no Brasil a partir de maio e junho.

Por isso a importância de um plantio de soja dentro do período ideal, já que o milho segunda safra é semeado após a colheita da oleaginosa em grande parte do país.

Após um atraso inicial do plantio de soja, houve uma aceleração dos trabalhos com a chegada das chuvas, indicou a StoneX, que elevou sua projeção para a colheita do grão.

A safra brasileira de soja 2024/25 foi estimada nesta sexta-feira em um patamar recorde de 166,2 milhões de toneladas, alta de 0,7% ante o levantamento de outubro, com uma revisão positiva na área plantada.

A projeção de plantio passou de 46,5 milhões para 46,75 milhões de hectares, representando um crescimento anual de 1,3%.

A produtividade média nacional ficou estável, em 3,55 toneladas por hectare, apesar de revisões positivas em alguns Estados, como o Paraná.

“Com o retorno das chuvas mais generalizadas e em bons volumes, as perspectivas para a safra de soja estão positivas, com o produtor recuperando os atrasos iniciais no plantio”, disse a especialista de inteligência de mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi, em nota.

Na safra passada, quando a colheita brasileira sofreu impactos negativos do clima, a produção nacional somou 149 milhões de toneladas.

Exportações e milho verão

Com o aumento da produção de soja e milho, a StoneX projeta também um crescimento nas exportações, que no caso da oleaginosa poderiam atingir um novo recorde, de 102 milhões de toneladas, superando as 95 milhões de 2023/24 e a melhor marca anterior do país, de 2022/23 (101,87 milhões de toneladas).

A StoneX, contudo, não alterou suas projeções de exportação de soja, a despeito do ligeiro aumento na expectativa da safra.

No caso do milho, a projeção é de aumento nos embarques ao exterior para 40 milhões de toneladas em 2024/25, ante uma estimativa revisada para cima de 37,5 milhões de toneladas para o ciclo 2023/24.

Ambos ainda estariam distantes do recorde anual de 54,6 milhões de toneladas de 2022/23, quando o Brasil obteve a primeira posição do ranking global na exportação.

Para o milho primeira safra, a produção estimada pela StoneX mensalmente ficou praticamente estável, em 24,9 milhões de toneladas.

“Houve ajustes em alguns Estados, que acabaram se compensando”, destacou, citando revisão de área para baixo no Rio Grande do Sul (Reuters)

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