Seguro rural está falido, diz assessor especial do Ministério da Agricultura

Fala ocorreu durante abertura do Agro Horizonte, evento promovido pela Globo Rural e a Corteva em Brasília.

O assessor especial do Ministério da Agricultura, Carlos Augustin, afirmou nesta quarta-feira (29/10) que o sistema de seguro rural do Brasil está “falido”. Durante abertura do Agro Horizonte, evento promovido pela Globo Rural em Brasília, ele disse que é preciso “reinventar” a principal política de gestão do país.

“Nosso sistema de seguro está falido, todos sabemos disso. Não adianta todo ano pedir mais R$ 1 bilhão, mais R$ 800 milhões. Temos que reinventar o seguro”, afirmou no evento.

Neste ano, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) teve orçamento inicial de R$ 1,06 bilhão, mas sofreu bloqueio de quase 30%, sem perspectivas de liberação da verba até agora. São R$ 354,6 milhões inviabilizados. As seguradoras enviaram ofícios aos ministros da Agricultura e da Fazenda cobrando o desbloqueio dos recursos. Também houve alertas para os governos estaduais reforçarem os apoios com subsídios para o seguro de agricultores.

Segundo Augustin, o Brasil deveria se espelhar na política dos Estados Unidos, que investem mais em seguro do que em subsídios ao crédito rural. “O americano faz pouco crédito rural e grande seguro. O que acontece quando dá perdas? O agricultor tem um seguro forte, que o governo ajuda, ele não sai da atividade, no ano seguinte ele volta a plantar”, argumentou. “No Brasil, o produtor vai atrás de renegociar dívida e fica capenga”, completou.

Augustin disse que é hora de “enfrentar” o assunto. “Estamos errados”, disse. “O que é pior? Pagar um bom seguro ou ficar refazendo dívida?”, questionou. Ele é assessor especial do ministro Carlos Fávaro e responsável pelo principal programa criado nesta gestão, o Caminho Verde Brasil, que mobilizou R$ 32 bilhões para financiar a recuperação de áreas degradadas no país.

Colapso pode ser catastrófico, diz governador

Também na abertura do evento, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, disse que o agronegócio brasileiro passa por um momento de “algum nível de preocupação” por conta do preço das commodities e dos efeitos das “chamadas mudanças climáticas”.

Ele afirmou que é necessário garantir políticas públicas de proteção ao setor. “O seguro agrícola é fundamental. É preciso uma reengenharia para trazer mais segurança. Um possível colapso do setor, causado por amplas variáveis, pode ser catastrófico para a economia e para a sociedade”, alertou.

Mendes também defendeu ações para tornar o Brasil menos dependente da importação de fertilizantes. Atualmente, cerca de 90% desses insumos vêm de fora do país. “Se o agronegócio é tão estratégico, não podemos ter essa dependência tão forte do nosso principal insumo (…) Como pode o Brasil ter uma mina de potássio em Autazes (AM) e demorar 15 anos [para autorizar a exploração]. Isso não é algo que parece razoável”, criticou.

“Os riscos estão presentes. Se não houver um olhar um pouco mais profundo e que saia das mesmas considerações e ações que temos visto ao longo de anos, o Brasil pode ter problemas nesse setor”, completou (Globo Rural)

Related Posts

  • All Post
  • Agricultura
  • Clima
  • Cooperativismo
  • Economia
  • Energia
  • Evento
  • Fruta
  • Hortaliças
  • Meio Ambiente
  • Mercado
  • Notícias
  • Opinião
  • Pecuária
  • Piscicultura
  • Sem categoria
  • Tecnologia

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Edit Template

Quer receber notícias do nosso Diário do Agro?
INSCREVA-SE

You have been successfully Subscribed! Ops! Something went wrong, please try again.

© 2024 Tempo de Safra – Diário do Agro

Hospedado e Desenvolvido por R4 Data Center