Cresce a expectativa dos agentes de mercado com a safra no Brasil, que pode alcançar um recorde, segundo consultorias.
A despeito de problemas climáticos com a safra de soja na Argentina, o sentimento de uma oferta maior do grão na América do Sul neste ano não mudou, o que tende a gerar movimentos de baixa para os preços. Nesta segunda-feira (24/2), os contratos da soja para maio, os mais líquidos na bolsa de Chicago, fecharam em queda de 0,92%, a US$ 10,4750 o bushel.
Depois de um longo período de forte atraso, a colheita de soja no Brasil do ciclo 2024/25 começa finalmente a ganhar ritmo e tranquilizar o mercado quando o assunto é a oferta. Os trabalhos chegara, na quinta-feira (20) a 39% da área cultivada, de acordo com levantamento AgRural. Há uma semana, estava em 23% e, há um ano, em 40%.
Temperaturas mais altas, chuvas mais espaçadas e a pressão para plantar a safrinha de milho dentro da janela deram forte impulso à colheita do Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso, que agora lidera os trabalhos e abre grande vantagem sobre Mato Grosso do Sul e Paraná, diz a consultoria, em nota.
No início da semana passada, a AgRural revisou para baixo sua estimativa para a colheita de soja no Brasil, de 171 milhões para 168,2 milhões de toneladas, devido a problemas com a estiagem em áreas produtoras de Mato Grosso do Sul, Paraná, e principalmente Rio Grande do Sul.
Há, no entanto, empresas que ainda enxergam um potencial muito maior para a produção brasileira. A Hedgepoint Global Markets, por exemplo, prevê uma safra de 171,5 milhões de toneladas, aumento de 700 mil toneladas em relação à estimativa feita em janeiro.
De acordo com Luiz Fernando Roque, coordenador de inteligência de mercado da consultoria, o ajuste positivo se deve às altas produtividades registradas em estados como Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia, favorecidos pelo clima após o início das chuvas, em outubro de 2024.
Trigo
Nos negócios do trigo na bolsa de Chicago, os contratos para maio fecharam em queda de 1,74%, para US$ 5,9350 o bushel.
Análise da consultoria Granar afirma que os fundos de investimento continuam retirando lucros após os recentes aumentos, que levaram o cereal ao seu valor mais alto em quatro meses.
“Os fatores que contribuem para o declínio dos preços também incluem a previsão de clima mais quente para as Grandes Planícies dos EUA e regiões de cultivo de inverno da Rússia e Ucrânia, onde se espera que as plantações resistam à recente onda de frio”, ressaltou a Granar, em boletim.
Milho
O milho também se desvalorizou na sessão desta segunda-feira. Os contratos para maio caíram 1,58%, para US$ 4,97 o bushel. Com os valores próximos das máximas em mais de um ano e meio, investidores agora embolsam lucros no mercado do cereal (Globo Rural)