Perspectiva para 2026 repete o cenário de preço das carnes deste ano

  • Mesmo com gripe aviária, produção e exportação de frango aumentaram
  • No médio prazo, Brasil deve olhar para países com alta de renda e grande população

O ano de 2025 termina com um certo alívio nos preços das carnes para os consumidores. A produção foi recorde, os custos de produção caíram e, apesar da forte exportação, a oferta interna correspondeu à demanda. Os preços nos supermercados estiveram bem comportados no acumulado do ano, com alta de 3% na carne de frango e queda de 5,5% na suína, conforme indicam dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas) até novembro.

O próximo ano não será muito diferente. A oferta de carne suína e de frango seguirá o ritmo de 2025, com uma acomodação dos preços, segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Alguns pontos, no entanto, devem ser analisados. A gripe aviária continua se alastrando por importantes produtores e a peste suína africana também afeta grandes fornecedores do mercado mundial. O preço do boi também pode interferir no das carnes de frango e suína, tanto para cima como para baixo. Um dos motivos de alta na carne bovina, e que pode impactar na suína e na de frango, é a chegada do ciclo de menor oferta.

Além disso, há outros fatores externos que podem afetar os preços internos da carne bovina. A eliminação da tarifa americana canaliza mais produto para os Estados Unidos. De outro lado, a chamada “salvaguarda”, que está sendo avaliada pela China para saber o quanto as importações afetam os produtores do país, pode deixar mais carne bovina no mercado brasileiro, se a medida chinesa ocorrer e se vier com fortes restrições. Devido à interação desse mercado, uma carne influencia a outra.

“Nunca pensei em anunciar dados tão positivos para este ano”, disse o presidente da entidade nesta quarta-feira (3/12), ao fazer um balanço de 2025 e apontar perspectivas para 2026 para o setor de carne de frango e suína. A ABPA concentra produtores e exportadores dessas duas proteínas, além de ovos.

A preocupação até então do dirigente da entidade tinha fundamentos. Neste ano, pela primeira vez, o Brasil registrou um caso de gripe aviária em granja comercial, o que provocou a interrupção total ou parcial da compra de carne brasileira por 22 mercados. Alguns deles, como China e União Europeia, de grande importância para o setor.

Ao contrário de Estados Unidos e de países da Europa, o Brasil se livrou rapidamente da doença. Os americanos já eliminaram 184 milhões de aves após o retorno do vírus ao país, em 2022, e as condições sanitárias continuam se agravando.

Santin diz que o Brasil deverá produzir o recorde de 15,3 milhões de toneladas de carne de frango neste ano, 2,2% a mais do que em 2024. As exportações sobem para 5,32 milhões de toneladas, com alta de 0,5%, e o consumo per capita vai a 46,8 kg, com evolução de 2,8%.

O cenário continua bom para 2026. A produção cresce 2%, e as exportações, com a demanda em novos mercados e problemas em grandes produtores, devem aumentar 3,4%, conforme expectativas da ABPA.

O desempenho do setor de suinocultura teve ritmo ainda mais acelerado neste ano. A produção vai atingir 5,55 milhões de toneladas, com aumento de 4,6%, e as exportações sobem para 1,49 milhão, 10% a mais. Para 2026, a previsão da ABPA é de um aumento de 2,7% na produção e de 4% nas exportações.

O setor de carne caminha bem nesses anos, mas Santin diz que também é preciso pensar no médio prazo. E o futuro indica para Bangladesh, Paquistão, Nigéria e Índia. São mercados com boa evolução da economia, mas que o consumo de proteínas ainda é baixo. A opção por elas vai aumentar nesses países que têm uma grande concentração de população, superando 2 bilhões de pessoas (Folha)

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