Por Luís Schiavo, CEO da Naval Fertilizantes
Segundo o levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado recentemente, a primeira estimativa para a safra de grãos na temporada 2024/2025 aponta para uma produção de 322,47 milhões de toneladas, um crescimento de 8,3% ao obtido em 2023/2024, ou seja, 24,62 milhões de toneladas a serem colhidas a mais que no ciclo anterior, estabelecendo um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme ao final do ano agrícola. Para a área, estima-se crescimento de 1,9% sobre a safra anterior, passando para 81,34 milhões de hectares.
Embora os dados sejam positivos, não podemos nos esquecer que as condições climáticas impactam diretamente nas lavouras. Os atrasos no plantio e os possíveis efeitos do fenômeno La Niña prometem influenciar o clima nos próximos meses, considerando ainda que o país vive um período crítico de seca. De acordo com o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), em agosto, cerca de 980 municípios já tinham 80% de suas áreas agroprodutivas impactadas pela seca. A situação se agravou em outubro, com mais de 500 municípios, especialmente em Mato Grosso, Minas Gerais e parte do Sul do país, enfrentando mais de 150 dias sem chuvas. A combinação entre o calor extremo e o déficit de chuvas pode dificultar ainda mais o desenvolvimento das lavouras e comprometer a qualidade da safra, exigindo do agricultor estratégias diferenciadas para minimizar os impactos sobre a produtividade.
Uma das maneiras de minimizar esse problema é investir em soluções agrícolas de alta eficiência, conectadas com práticas sustentáveis, capazes de restaurar a biodiversidade e a saúde do solo. Nesse sentido, os fertilizantes são produtos capazes de melhorar a rentabilidade e a produtividade da lavoura, seja durante a produção ou a aplicação, em diversos cultivos.
Também existem tecnologias que permitem desenvolver protocolos personalizados de adubação baseados em análises de solo, com foco em otimizar o uso e a aplicação dos fertilizantes, resultando em economia de tempo e recursos, melhorando significativamente o manejo da lavoura.
Temos um movimento positivo sobre o aumento na consciência nacional da segurança alimentar e um impulso para a sustentabilidade no setor agrícola. O fato é que se acharmos o equilíbrio entre o planejamento das culturas, com a preparação do solo em tempo hábil, e contínuos incentivos do governo, teremos não apenas uma boa safra 2024/2025, mas também as demais que virão.
* Luis Schiavo é engenheiro agrônomo, formado pela Unic (Universidade de Cuiabá), CEO e fundador da Naval Fertilizantes e acumula 20 anos de experiência no mercado de fertilizantes especiais. |