No Brasil, o ano de 2025 foi marcado por um crescimento significativo na produção e nas exportações de carne em comparação aos anos anteriores e, para 2026, a previsão é de que o ritmo de crescimento siga em alta e atinja nova produção recorde, conforme aponta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Nas projeções para o próximo ano, a produção total de carnes no Brasil deve alcançar cerca de 32,3 milhões de toneladas. E, dentro desse total, a expectativa de produção de carne suína pode alcançar até 5,8 milhões de toneladas.
Já no varejo, a previsão é de um consumidor mais seletivo e disposto a migrar entre opções mais acessíveis, onde cortes bovinos tradicionalmente mais caros, devem perder espaço para suínos, aves, embutidos e cortes alternativos.
Segundo o consultor de carnes e CEO do Rei da Linguiça, Paulo Duque, esse movimento já é evidente e tende a se consolidar em 2026. “O consumidor está mais pragmático. Se o preço sobe, ele troca sem hesitar em busca pelo melhor custo-benefício”, afirma.
Duque ainda destaca que outro eixo que será um diferencial competitivo e relevante no país e nos mercados internacionais é o investimento em tecnologia. Frigoríficos e distribuidores projetam ampliar ferramentas de IA para previsão de demanda, rastreabilidade completa da cadeia e sistemas que reduzam perdas e desperdícios.
Porém, apesar das oportunidades, o consultor ressalta que a volatilidade do dólar, o custo da ração, as novas regulamentações internacionais e mudanças na demanda chinesa são fatores que podem alterar rapidamente o equilíbrio do mercado.
Para Duque, 2026 deve ser um ano marcado por consumo racional, ajustes estratégicos e busca pela eficiência. O varejo deve ampliar a tecnologia e comunicação de valor, enquanto as indústrias devem se concentrar em reduzir custos operacionais e antecipar oscilações do consumo. “O próximo ano será de inteligência de preço, produção e de análise de consumo. Quem prever o comportamento do cliente, ganha o jogo”, finaliza o consultor.






