Na pecuária de corte, a nutrição adequada do gado é um dos pilares para o sucesso

Suplementar nutrientes com formulações injetáveis em momentos estratégicos pode ser mais prático e vantajoso ao pecuarista

A produção de proteína bovina de qualidade é reflexo de quatro importantes pilares: genética, reprodução, sanidade e nutrição. O gado bem nutrido tem um sistema imunológico fortalecido e potencial para expressar sua capacidade genética e reprodutiva, resultando em índices adequados para a reposição de animais no rebanho, uma carcaça mais pesada ao abate, além de proteína de melhor qualidade para comercialização e consumo.

O fornecimento ideal de nutrientes ao gado necessita um bom entendimento dos fatores que influenciam diretamente na conversão alimentar e no consumo do alimento ofertado. Assim, é possível planejar o manejo nutricional do lote e estimar o período demandado até que os animais atinjam o peso desejado.

“Os bovinos são ruminantes, ou seja, utilizam a fermentação de microrganismos que vivem no rúmen para obter nutrientes de alto valor biológico. Para os animais criados a pasto a origem principal destes nutrientes é o volumoso, que pode apresentar valor energético e proteico que não atendam a demanda, além de alto teor de fibra. Nessa situação, a conversão alimentar destes animais tende a ser menos eficiente, necessitando um maior período para alcance do peso desejado para início da engorda/terminação e para entrar na reprodução, por exemplo”, explica o médico-veterinário gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal. Marcos Malacco. “Na outra ponta temos o gado confinado, cuja base da alimentação passa a ser o concentrado (grãos), capaz de potencializar o trabalho das bactérias presentes no rúmen e resultar em uma conversão alimentar mais eficiente e um período de engorda mais curto”.

O sistema de confinamento do gado é conhecido mundialmente por reduzir o período de engorda dos animais, que apresentam carcaças mais bem acabadas ao abate, sendo utilizado amplamente em diversos países. No Brasil, a criação em confinamento ganha mais espaço a cada ano, com o aumento de pecuaristas almejando uma maior eficiência produtiva.

O médico-veterinário, porém, alerta que nem tudo são flores. “O confinamento do gado pode parecer mais interessante por favorecer o processo de fermentação das bactérias ruminais, mas ele também potencializa a degradação de aminoácidos, que têm papel primordial no organismo como um todo. Existem 20 aminoácidos importantes para o bom desenvolvimento do gado, 10 deles são sintetizados pelo organismo, e outros 10 não são sintetizados e precisam ser fornecidos por dieta ou suplementação. Os aminoácidos atuam auxiliando o sistema imunológico do animal, na produção de hormônios e no funcionamento adequado e na integridade de todos os órgãos e tecidos. Uma dieta que potencializa a ação bacteriana no rúmen precisa também fornecer aminoácidos que sejam capazes de superar esta parte do processo digestório e alcançar o intestino delgado do animal, onde serão absorvidos (efeito by pass)”.

A suplementação nutricional do gado com formulações de alto valor biológico tem um papel importante no processo de recria e engorda, especialmente no confinamento. Estes suplementos trazem em sua formulação aminoácidos, vitaminas e minerais que protegem os órgãos, atuam positivamente no desenvolvimento muscular dos animais e no fortalecimento da sua saúde como um todo. Por estes motivos, animais que são suplementados finalizam o período de terminação mais precocemente e mais pesados.

“Quando a suplementação nutricional é fornecida de forma parenteral, injetável, os nutrientes presentes na formulação são rapidamente absorvidos, sem sofrer a degradação que acontece no rúmen. Além disso, a suplementação injetável é mais fácil de ser controlada já que é realizada individualmente, diferente da suplementação ao cocho onde um animal pode consumir mais do que o outro”, Malacco discorre. “A praticidade também conta, já que a aplicação pode ser única e administrada junto a outros protocolos sanitários da fazenda ou confinamento”.

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