Milho sobe 2,5% com ajustes técnicos e demanda de exportação dos EUA

Os contratos futuros do milho encerraram a sessão desta sexta-feira (29/8) em forte alta na Bolsa de Chicago, com avanço de 2,5% nos papéis para dezembro, cotados a US$ 4,2025 por bushel. O movimento foi impulsionado principalmente por ajustes técnicos de fim de mês e pela proximidade do feriado de Dia do Trabalho nos Estados Unidos, que manterá a bolsa fechada na próxima segunda-feira (1/9).

Segundo o analista Ronaldo Fernandes, da Royal Rural, o mercado operou com baixa liquidez, “o volume negociado despencou para apenas 74 mil contratos, contra 350 mil no pregão anterior. Com liquidez tão curta, qualquer ordem ganha peso”, afirma.

Essa redução no volume intensificou a sensibilidade a ordens de compra, aumentando a volatilidade. Além disso, fatores técnicos típicos da virada de temporada também contribuíram para a valorização.

Apesar da alta, o cenário de oferta ampla continua atuando como um limitador para os preços. A expectativa de uma safra recorde nos Estados Unidos, combinada com condições climáticas favoráveis, pesa sobre as cotações. Ainda assim, o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) mostrou uma demanda externa firme, que sustentou compras no mercado futuro.

No cenário internacional, a Comissão Europeia revisou para baixo sua estimativa de produção de milho e aumentou a previsão de importações, o que acrescentou suporte aos preços. Em contrapartida, a agência de estatísticas do Canadá (StatsCan) projetou um leve aumento na colheita do país, e a Argentina segue com colheita acelerada e produtividade acima da média, pontua a consultoria TF Agroeconômica.

Luiz Pacheco, da TF, pontua que ainda é necessário observar a tensão persistente em torno das tarifas impostas pelos Estados Unidos, que geram instabilidade. Em boletim, ele cita como exemplo que o principal negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, cancelou uma visita a Washington devido à falta de consenso sobre um pacote de investimentos, sinalizando incertezas nas negociações bilaterais.

Trigo

O trigo encerrou o dia com alta de 0,99% nos contratos para dezembro, a US$ 5,3225 por bushel. Apesar de iniciar o pregão em baixa, o cereal reverteu a tendência com a ajuda da desvalorização do dólar frente ao euro e de um movimento de proteção por parte dos investidores.

A pressão sobre os preços, no entanto, permanece devido ao avanço da colheita de primavera nas Grandes Planícies dos EUA e à entrada dos grãos do Hemisfério Norte no mercado global, que representa cerca de 85% da produção mundial. As previsões positivas para a produção na Austrália, importante fornecedora do Hemisfério Sul, também influenciam negativamente o mercado internacional, pontua a TF.

Soja

A soja teve a menor valorização entre os principais grãos do dia, com alta de 0,62% nos contratos para novembro, que fecharam a US$ 10,5450 por bushel. A sustentação veio principalmente do relatório semanal de exportações dos EUA, que superou as expectativas e registrou vendas superiores a 1,3 milhão de toneladas da nova safra. No entanto, a ausência da China em compras da oleaginosa limita os ganhos, uma vez que esses volumes permanecem no mercado.

Além disso, a persistência da seca no Centro-Oeste americano pode afetar o rendimento das lavouras. Segundo o monitoramento semanal de seca do USDA, a área de soja sob condições de seca aumentou de 9% para 11%, nível equivalente ao registrado no mesmo período do ano passado. A estimativa da StatsCan de queda na produção de soja no Canadá também contribuiu para o movimento de alta (Globo Rural)

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