Na safra, resultado líquido alcançou R$ 175,7 milhões, enquanto a receita líquida bateu recorde, em R$ 422,6 milhões.
Apesar das dificuldades operacionais que os produtores de cana e usinas enfrentaram na última safra 2024/25 por causa da seca e dos incêndios, que prejudicaram a produtividade dos canaviais, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) continuou colhendo os frutos financeiros de sua aposta em pesquisa e desenvolvimento.
No quarto trimestre da safra 2024/25, a companhia registrou um aumento de 8,5% em seu lucro líquido, para R$ 42 milhões. Em toda a temporada, o resultado líquido cresceu 15,3% e alcançou R$ 175,7 milhões.
A receita líquida do CTC, resultado basicamente dos royalties pagos pelos produtores que utilizam as variedades da companhia, cresceu 12,8% no último trimestre, a R$ 113,5 milhões. No acumulado da safra, a receita da companhia bateu o recorde histórico e chegou a R$ 422,6 milhões, alta de 10,6%.
O crescimento tanto em vendas quanto em lucro reflete o aumento da participação da variedades do CTC no mercado. De toda a área plantada com cana na safra 2024/25 com variedades protegidas, as do CTC representaram 27%, uma participação de mercado três pontos percentuais maior que na temporada anterior.
“Temos acelerado a curva de introdução de variedades mais novas”, afirmou César Barros, CEO da companhia, destacando a rápida adoção de variedades lançadas em 2023. Essa adoção colaborou para aumentar o tíquete médio dos royalties pagos pelos produtores.
No trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 5,3%, para R$ 48 milhões, mas, em todo o ano, o Ebitda aumentou 6,6%, a R$ 198,2 milhões. Além disso, a empresa encerrou a safra com um caixa líquido de R$ 493,9 milhões.
O CTC acelerou seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), o que desaguou no pré-lançamento de novas variedades neste ano. O gasto com P&D na safra cresceu 9,6%, para R$ 139,3 milhões. O valor foi 55% da receita do período. Além de acelerar os desenvolvimentos, a empresa aumentou sua força de trabalho de pesquisadores em 10% na safra.
Para o ciclo atual, a perspectiva é aumentar os gastos com P&D, que devem acompanhar a alta da receita ou podem até superar a proporção de 55%, afirmou Paulo Polezi, diretor-financeiro da companhia. Segundo Barros, os acionistas — compostos pelas maiores usinas do setor — “têm interesse em ver os resultados de produtividade no campo e querem manter esse caixa no CTC”.
Segundo o executivo, a geração de caixa do CTC “por si só já seria suficiente” para fazer frente à demanda de investimentos, mas a companhia monitora opções de financiamento com fomento, como no BNDES e projetos da Fapesp. No momento, o CTC já tem acertado com a Finep um contrato de subvenção de R$ 72,6 milhões, dos quais ainda tinha a receber R$ 39,7 milhões no fim da safra passada (Globo Rural)