Instituto Agronômico completa 138 anos com produtos inéditos

O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, completa 138 anos neste 27 de junho com muitos resultados inéditos. Nos últimos 12 meses, 20 novas cultivares de diversas espécies foram disponibilizadas. Dentre elas estão feijão, citros, cana-de-açúcar, batata, batata-doce, laranja, milho e painço. Considerando que o desenvolvimento de cada novo material requer investimentos contínuos em recursos humanos e infraestrutura, este resultado constante demonstra a atuação contínua e eficiente do IAC.

Esses materiais inéditos – somados aos pacotes tecnológicos com recomendações de cultivo que os acompanham, reafirmam o protagonismo do IAC como gerador de ciência e tecnologia e o mantém como um dos maiores centros de pesquisa agrícola da América Latina e um pilar estratégico para a agricultura brasileira.

“A atuação do Instituto Agronômico segue alinhada com as necessidades dos agricultores de diversos segmentos e as demandas dos mercados. Nossa excelência científica nos conecta com parceiros que reconhecem o IAC como gerador de soluções tecnológicas eficientes para o enfrentamento dos desafios atuais, com a experiência de quem conhece o panorama da agricultura nacional por tê-lo vivenciado ao longo de muitas décadas”, considera o pesquisador e diretor-geral do IAC, Marcos Landell.

Dentre os lançamentos estão duas novas cultivares copa de laranjas Kawatta e Majorca, que são produtivas, precoces e têm alta qualidade de suco. De acordo com a pesquisadora do IAC, Marinês Bastianel, essas laranjas têm excelente qualidade físico-química, podendo ser destinadas para industrialização de suco e também para consumo in natura. “Esses materiais foram avaliados em diferentes condições climáticas paulistas e se adaptam bem em condições distintas de clima. Esse perfil é muito interessante para a abertura de novas fronteiras de citros, pois têm potencial de serem validadas em regiões com condições diferentes das tradicionalmente utilizadas para o cultivo de laranjas no estado de São Paulo”, explica.

Essas novas variedades copa de citros resultam de parceria entre o Centro de Citricultura “Sylvio Moreira” do IAC com a Embrapa e a Fundação Coopercitrus Credicitrus. Estes parceiros fizeram a avaliação dessas novas variedades em diversas condições paulistas, além das realizadas inicialmente pelo IAC nas coleções de campo. Introduzidas pelo Instituto, estas duas variedades estão presentes há cerca de 50 anos no Banco de Germoplasma do Centro de Citricultura do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Segundo a equipe, esses materiais se destacaram em ensaios de competição como alternativas de variedades de maturação precoce, com colheita entre maio e agosto, alta qualidade de suco, coloração intensa e boa relação sólidos solúveis/acidez.

A geração e transferência de novas soluções tecnológicas está na missão e na programação científica do IAC. Mais recentemente, a busca por respostas é feita em parceria com a iniciativa privada e com outras instituições de pesquisa, ensino e associações de agricultores. “São 138 anos de histórias fundamentais para a agricultura do Brasil e até do exterior, sem nunca perder de vista o futuro e os desafios do setor, que são grandes e sempre estarão presentes. Nossa meta é desenvolver suporte tecnológico capaz de superá-los, contribuindo para o avanço da ciência com disponibilização de tecnologias agrícolas sustentáveis”, comenta a pesquisadora e vice-diretora do IAC, Regina Célia de Matos Pires.

23ª liberação de novas variedades do Programa Cana IAC

O Programa Cana IAC apresenta duas novas variedades de cana-de-açúcar que serão liberadas em novembro de 2025. Com características de alta produtividade agroindustrial e fechamento rápido de entrelinhas, os dois novos materiais ampliam o portfólio de variedades IAC.

 A IAC07-2361, selecionada na região de Ribeirão Preto, apresenta alto TCH e perfil de maturação de julho a outubro. A IAC09-6166 tem porte ereto, perfil de maturação de maio a outubro, ATR médio-alto e diâmetro dos colmos médio.

IAC lança a 60ª nova cultivar de feijão carioca

Responsável pelo desenvolvimento do feijão carioca – o tipo mais consumido no Brasil -, o Instituto Agronômico lançou este ano a 60ª nova cultivar do tipo carioca: a IAC 2560 Nelore, que tem alta tolerância à antracnose e ao escurecimento dos grãos. Esta característica agrada ao consumidor, que não quer um feijão escuro, e favorece a cadeia produtiva, que pode armazená-lo por cerca de 12 meses, sem perder venda. Este novo material tem potencial produtivo de 70 sacas, por hectare. Testado e aprovado pela indústria, tem caldo espesso de alta qualidade, característica que resulta em excelente aceitação no mercado.

A IAC 2560 Nelore chega para complementar a IAC 2051, que é o grão carioca mais procurado no Instituto por todas as suas qualidades e cultivado em diversos estados, mas é suscetível para a antracnose. A IAC 2560 Nelore – resistente a várias raças fisiológicas do patógeno que acomete o feijoeiro no Brasil -, reúne todas as qualidades que a IAC 2051 tem como produtividade, grão claro, escurecimento muito lento, podendo ser armazenado por mais de um ano.

“Nós o desenvolvemos em função da cultivar IAC 2051, o nosso carro-chefe atualmente, mas que apresenta suscetibilidade para a antracnose, doença fúngica que pode causar perdas de até 100% do feijoeiro. Por isso o Nelore foi desenvolvido para suprir essa suscetibilidade”, explica Alisson Chiorato, pesquisador do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Batata-doce IAC biofortificada tem 65 vezes mais carotenoides

Dentre as batatas-doces mais plantadas no Brasil, a cultivar IAC Dom Pedro II apresenta 65 vezes mais carotenoides, compostos que podem ser convertidos em vitamina A. Além desta característica altamente benéfica para o consumidor, a cultivar tem alta produtividade comercial – de 68 toneladas, por hectare -, precocidade e bom cozimento, atributos que atendem às necessidades do agricultor e demais elos da cadeia de produção.

A nova cultivar de batata-doce de polpa alaranjada escuro e com sabor agradável desenvolvida pelo Instituto Agronômico é excelente para uso culinário com o diferencial de tornar este alimento mais nutritivo, graças à biofortificação obtida no processo de melhoramento genético convencional.

“Além desta característica que atrai consumidores, a nova batata-doce IAC apresenta produtividade 49% superior à da principal variedade cultivada no Estado de São Paulo, chamada Canadense”, explica um dos pesquisadores responsáveis, Valdemir Antonio Peressin.

Ele ressalta que esta batata pode ser uma opção nutricional bem interessante para alimentação escolar, por meio de ações públicas para aquisição de alimentos.

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