- Fertilizante lidera, somando 41,7 milhões de toneladas e gastos de US$ 14,3 bi
- Em tempos de tarifaço, compras externas de café sobem 96% até novembro
As exportações brasileiras do agronegócio avançam para novo recorde neste ano, e as importações também. De janeiro a novembro, o Brasil importou o correspondente a US$ 36 bilhões em insumos, máquinas agrícolas e alimentos, 13% a mais do que em 2024.
O país busca novos mercados para se abastecer, e a Ásia aumenta a participação nesse comércio. Assim como já havia ocorrido um deslocamento da liderança do fornecimento de fertilizantes da Rússia para a China, o país asiático e a Índia superam agora Estados Unidos na venda de tratores agrícolas para os brasileiros.
Os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) de janeiro a novembro indicam que a China assume a liderança nas vendas de fertilizantes, agrotóxicos e máquinas agrícolas, neste último caso, em vários segmentos. Entre os dados de tratores, não estão incluídos os rodoviários e os de utilização interna, como em galpões.
Os principais gastos brasileiros com importações referentes ao agronegócio vieram da compra de adubos. O país adquiriu 41,7 milhões de toneladas de fertilizantes até novembro, com gastos de US$ 14,3 bilhões. A China, com o fornecimento de 10,8 milhões de toneladas, supera a ex-líder Rússia, que forneceu 10,4 milhões.
O Brasil elevou em muito, também, a importação de agrotóxicos. Foram 953 mil toneladas neste ano, com aumento de 31% em relação a igual período do ano passado. Os gastos com essas compras subiram para US$ 5,14 bilhões. As principais importações foram de herbicidas (507 mil toneladas), inseticidas e fungicidas. Expansão de área e resistência cada vez maior das plantas daninhas e das pragas forçam o país a elevar o volume de compra.
O recorde deste ano vem após o também recorde de 2024, quando as importações de janeiro a novembro haviam atingido 730 mil toneladas. Entre os principais fornecedores para o Brasil estão China, Índia, Estados Unidos e vários países europeus, como Espanha, França e Alemanha.
As importações de colheitadeiras, tratores e outras máquinas utilizadas na produção agrícola somaram US$ 1,2 bilhão, 7% acima dos gastos de 2024. Apesar da safra recorde, os preços menores dos produtos agrícolas inibiram uma renovação maior de máquinas no setor.
As importações dos equipamentos para colheita caíram para US$ 235 milhões, 8% a menos, e as de tratores ficaram estáveis em US$ 328 milhões. Nesse segmento de tratores, China e Índia superaram Estados Unidos no fornecimento. Máquinas para silvicultura, avicultura, horticultura, ordenha e limpeza de cereais completam a lista das importações, e a China também é destaque nesse fornecimento.
Um dos principais fornecedores de alimentos para o mundo, o Brasil também é importador. Até novembro, as compras atingiram US$ 14,6 bilhões no setor, com alta de 3%. O trigo lidera, somando 6,2 milhões de toneladas. Após a safra recorde de 10,5 milhões em 2022, o Brasil vem obtendo produção menor. A deste ano ficou em 7,9 milhões.
Os destaques nas importações ainda são arroz, milho, leite, cevada e café. Neste último caso, apesar do tarifaço, que reduziu as vendas brasileiras para os Estados Unidos, o Brasil elevou as compras da Suíça, da França e do Vietnã. No total, foram importadas 10,9 mil toneladas, 96% a mais do que em 2024. Os suíços enviaram 2.056 toneladas de café torrado, e os vietnamitas, 4.836 de café sem torrar (Folha)



