Movimentações de fundos de investimentos e situação da safra dos EUA afetaram as cotações.
Os contratos futuros de grãos encerraram o pregão desta terça-feira (16/9) em alta na Bolsa de Nova York. O trigo liderou os ganhos, com avanço de 1,71% nos contratos para dezembro, os mais negociados, que foram cotados a US$ 5,34 por bushel.
O movimento foi impulsionado pela atuação compradora de grandes fundos de investimento e pela desvalorização do dólar frente ao euro, favorecendo a competitividade das exportações dos Estados Unidos. O ritmo de embarques de trigo norte-americano também contribuiu para a valorização.
No entanto, o cenário global de ampla oferta e demanda enfraquecida segue limitando altas mais expressivas. Na Rússia, a consultoria SovEcon elevou em 1,1 milhão de toneladas a projeção para a safra de trigo em 2025, agora estimada em 87,2 milhões de toneladas. O ajuste reflete rendimentos considerados recordes nas regiões da Sibéria e dos Urais. A nova projeção se aproxima da média plurianual de 88,3 milhões de toneladas e supera as 82,6 milhões colhidas no ano anterior.
Nesta terça, o Ministério da Agricultura da França revisou para cima sua estimativa de produção de trigo mole, passando de 33,1 para 33,3 milhões de toneladas, um volume 29,8% superior ao registrado em 2024.
No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a colheita de trigo atingiu 13,8% da área estimada, ante 11,1% na semana anterior. No mesmo período de 2024, o índice era de 17,8%, com média de 15,8% nos últimos cinco anos.
Milho
Os contratos de milho com vencimento em dezembro subiram 1,48%, fechando a US$ 4,2950 por bushel. A valorização foi associada à movimentação dos fundos de investimento, à lentidão no ritmo de colheita nos Estados Unidos abaixo do esperado, à resistência dos produtores em negociar a preços atuais e às perspectivas positivas para as exportações norte-americanas, de acordo com a consultoria Granar.
A previsão de chuvas nos próximos dias em áreas produtoras das Grandes Planícies e do Meio-Oeste pode impactar ainda mais o andamento da colheita. Por outro lado, o aumento recente nas projeções de safra limita os ganhos.
Soja
A soja para entrega em novembro registrou alta de 0,67%, a US$ 10,4975 por bushel. Entre os fatores que contribuíram para o avanço estão a piora nas condições das lavouras norte-americanas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), e os números do relatório da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (NOPA), que apontou uma moagem de soja acima do previsto em agosto e estoques de óleo nos níveis mais baixos dos últimos oito meses.
Além disso, a previsão de chuvas intensas nas regiões de colheita e a possibilidade de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e China, após a reunião prevista entre os presidentes dos dois países na próxima sexta-feira (19/9), também influenciaram o mercado, segundo análise da Granar. O USDA também reportou redução na proporção de lavouras em boas condições, com o progresso da colheita ficando abaixo do registrado no ano anterior e das estimativas dos analistas (Globo Rural)