As exportações brasileiras de suco de laranja iniciaram a safra 2025/26 em ritmo mais lento. Entre julho e setembro, período que marca o primeiro trimestre da safra, o país embarcou 189,2 mil toneladas de FCOJ equivalente (suco concentrado congelado a 66º Brix), uma queda de 4,4% em relação ao mesmo período da safra anterior. Em receita, os envios somaram US$ 713,6 milhões, recuo de 17,6% na mesma base comparativa, reflexo do aumento de oferta. Segundo o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, esse é um início de safra atípico. De acordo com dados do Fundecitrus, divulgados em 10 de setembro, até meados de agosto, apenas 25% da safra atual havia sido colhida, um ritmo significativamente mais lento do que o verificado no mesmo período da safra anterior, em torno de 50%. O clima mais frio em comparação com outros anos atrasou a maturação dos frutos e retardou o início da colheita. “Além disso, o mercado está mais exigente quanto à qualidade, o que implica frutas com maturação correta — e isso afeta o ritmo de colheita e processamento”, explica Netto. Segundo ele, esse cenário influencia diretamente o ritmo de produção de suco e, consequentemente, as exportações neste início de safra. Estados UnidosIsentas da tarifa adicional de 40%, as exportações de suco de laranja para os EUA seguem em bom ritmo. O país importou 92,7 mil toneladas de FCOJ equivalente no primeiro trimestre da safra 2025/26, com receita de US$ 310,2 milhões. No mesmo período da safra anterior, os embarques somaram 67,3 mil toneladas e US$ 264,5 milhões — o que representa um crescimento de 37,7% em volume e 17,3% em receita. A participação dos EUA nas exportações foi de 49% do total, sendo o principal destino dos embarques brasileiros no período. EuropaO Velho Continente fechou o período como segundo principal mercado, com participação de 47,8%. Em volume, as importações do bloco recuaram 22,8%, totalizando 88,9 mil toneladas no primeiro trimestre da safra 2025/26. Em receita, o período somou US$ 363,4 milhões, uma queda de 31%. “A demanda continua sendo a principal preocupação na Europa”, explica Netto. O diretor-executivo da CitrusBR participou, entre os dias 1º e 2 de outubro, do Juice Summit, principal evento do setor, realizado em Bruges, na Bélgica. “O sentimento geral era de que os altos preços da safra passada, associados a problemas de qualidade decorrentes do clima, afetaram as escolhas dos consumidores, que migraram para outros produtos”, diz. “Temos que reconquistar parte dos nossos consumidores”, avalia. ChinaA China adquiriu 3,4 mil toneladas, o equivalente a 1,8% das exportações, com receita total de US$ 18,9 milhões. Em comparação com o mesmo período da safra 2024/25, houve queda de 44,0% em volume e 33,7% em receita. JapãoO Japão respondeu por 1,6 mil toneladas (0,9%), com US$ 9,4 milhões em receita. Em igual período de 2024, o país havia importado 19,4 mil toneladas, com receita de US$ 25,1 milhões — o que representa uma retração de 68,7% em volume e 62,5% em valor. Outros mercadosOs demais mercados — reunidos na categoria “Outros” — totalizaram 2,6 mil toneladas, com US$ 11,7 milhões em valor e preço médio de US$ 4.500 por tonelada. Em 2024, esse grupo somava 4,1 mil toneladas e US$ 20,8 milhões, o que representa queda de 36,6% em volume e 43,8% em valor. Resumo por destinosEstados UnidosVolume: 92,7 mil toneladas (+37,7%)Receita: US$ 310,2 milhões (+17,3%)Participação: 49,0% EuropaVolume: 88,9 mil toneladas (–22,8%)Receita: US$ 363,4 milhões (–31,0%)Participação: 47,8% ChinaVolume: 3,4 mil toneladas (–44,0%)Receita: US$ 18,9 milhões (–33,7%)Participação: 1,8% JapãoVolume: 1,6 mil toneladas (–68,7%)Receita: US$ 9,4 milhões (–62,5%)Participação: 0,9% Outros destinosVolume: 2,6 mil toneladas (–36,6%)Receita: US$ 11,7 milhões (–43,8%)Participação: 0,5% TotalVolume: 189,2 mil toneladasReceita: US$ 713,6 milhõesParticipação: 100% |