EUA fazem Brasil vender 109 mi de t de soja e China importar 110 mi

  • Busca por segurança no abastecimento pelos asiáticos leva os dois países a recordes
  • Compra chinesa no mercado brasileiro atinge 83 milhões de t até novembro

Brasil e China chegam ao final do ano com números expressivos na venda e na compra total de soja. Os chineses, conforme dados oficiais da alfândega, importaram 104 milhões de toneladas de janeiro a novembro, após a compra de 8,1 milhões no mês passado.

Basta uma importação de 6 milhões em dezembro para o país asiático chegar ao recorde de 110 milhões neste ano. Algumas avaliações são de que as compras de dezembro possam atingir de 7 milhões a 8 milhões de toneladas, elevando o volume anual para até 112 milhões.

O Brasil, principal produtor e exportador mundial da oleaginosa, deve terminar o ano com exportações acumuladas de 109 milhões de toneladas, segundo dados da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), divulgados nesta quarta-feira (17/12). Os números da associação têm como base os embarques programados para os navios que saem do Brasil com soja.

Os recordes dos dois países têm muito a ver com a política tarifária dos Estados Unidos. A China, prevendo restrições de Donald Trump já no início de seu mandato, antecipou compras dos Estados Unidos no final de 2024, segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural.

Essa antecipação de compra pelos chineses, antes de Trump assumir, pode ser confirmada pela entrega de produto americano para o país asiático nos primeiros meses deste ano. Até outubro, últimos dados oficiais disponíveis por origem de procedência, os chineses haviam importado 16,8 milhões de toneladas dos Estados Unidos, acima dos 15,1 milhões de igual período de 2024, ainda no governo de Joe Biden.

Confirmada a política tarifária deste ano do presidente dos Estados Unidos, os chineses se voltaram para o Brasil, abandonando o mercado americano. Até novembro, compraram 82,8 milhões de toneladas do produto brasileiro, 16% a mais do que em igual período de 2024.

Apesar da guerra comercial entre China e Estados Unidos, o ano chinês foi mais forte na compra da oleaginosa do que o esperado, diz Daniele. Primeiro, os chineses se garantiram com compras antecipadas nos Estados Unidos. Depois, aceleraram as compras no Brasil para elevar estoques e ter garantia interna de produto. A ação chinesa resultou em compras recordes pela China e em exportações recordes pelo Brasil.

Quanto à retomada chinesa nas compras americanas neste final de ano, os números ainda são dispersos. Pelos dados do governo americano, que estão defasados, a China teria adquirido 2,5 milhões de toneladas. O mercado acredita, no entanto, que os embarques deverão chegar a 7 milhões até fevereiro. O número mágico de compras esperado pelo governo americano é de 12 milhões de toneladas, segundo um acordo bilateral que, na verdade, nunca foi admitido nem negado pelos chineses.

Os produtores americanos começam a receber, de forma mais concreta, a concorrência do produto brasileiro no início do próximo ano. O plantio da safra 2025/26 está praticamente terminado, e o cenário atual é melhor do que o de há algumas semanas.

Por enquanto, apesar do replantio e do atraso, a soja se recupera bem, afirma Daniele. Tanto que os últimos números de produção de 178,5 milhões de toneladas previstos pela AgRural poderão ser corrigidos para cima na próxima avaliação do setor.

É preciso acompanhar, no entanto, o desempenho da soja tardia, segundo ela.

A boa safra brasileira e a dificuldade dos americanos de comercializar a produção deles refletem no mercado. Nesta quarta-feira, o primeiro contrato foi negociado a US$ 10,58 por buhsel (27,2 kg) em Chicago, com queda de 8,3% nos últimos 30 dias.

Sem reação 

Os preços do arroz negociados no mercado externo não indicam um cenário muito favorável para os produtores brasileiros, que estão em fase de plantio do cereal.

Conforme acompanhamento da agência Trading Economics, o cereal acumula queda de 37% em relação aos valores de há um ano. Preços baixos lá fora dificultam exportações e seguram os preços internos por aqui.

Segurança 

A China está reservando 10,8 milhões de hectares de área no Delta do Rio Yangtze apenas para a produção agrícola.

Até 2035, essa área não poderá ser destinada a qualquer outra finalidade, e o objetivo é reforçar a segurança alimentar, segundo a Reuters (Folha)

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