Estoque de carne dos EUA importado do Brasil determinará mercado

Para Rabobank, pressão será maior no semestre, se a carne já foi ao mercado.

As tarifas impostas pelos Estados Unidos para o Brasil nas exportações de carne bovina terão impactos relevantes entre os dois países. O Brasil fez exportações recordes para os Estados Unidos neste ano, e a questão é se esse volume entrou nos estoques americanos e serão consumidos nos próximos meses ou se haverá escassez de carne bovina no mercado americano neste segundo semestre.

Essas questões vão determinar a necessidade de compras dos Estados Unidos em outros mercados fornecedores. Além disso, resta saber como o menor volume colocado nos Estados Unidos vai afetar o mercado interno. Essa avaliação é dos analistas do Rabobenk, feita no relatório global do terceiro trimestre deste ano de carne bovina.

Isso ocorre em um momento de preços recordes do gado e, consequentemente, da carne para o consumidor. Segundo o Rabobank, os países do hemisfério Norte estão com os preços aquecidos, o mesmo ocorrendo no hemisfério Sul. Os preços ficam ainda mais aquecidos devido à menor oferta de carne nos Estados Unidos e a um aumento da demanda pelos chineses. A elevação dos preços no hemisfério Norte respinga nos preços dos países sul-americanos, que também estão em alta.

Na avaliação dos analistas do banco, os americanos vão continuar importando a carne brasileira, mas em volume menor. O volume deverá cair de 10 mil a 15 mil toneladas por mês até o final do ano. Dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), indicam que as exportações nacionais de agosto para os Estados Unidos recuaram para 9.382 toneladas, um volume 48,5% inferior aos 18,2 mil de julho. A associação acredita que as exportações para os americanos devam ficar próximas de 5.000 toneladas por mês nos próximos meses.

Diante desse cenário, a associação estima que a perda de receita poderá ficar entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões neste ano, devido ao tarifaço. O Brasil vendeu 200 mil toneladas de carne para os Estados Unidos no primeiro semestre, e a estimativa era de que esse volume ficasse entre 400 mil e 500 mil no ano. Devido à diminuição do volume mensal nos quatro meses finais deste ano, a perda de receita será de US$ 750 milhões. O país pode colocar essa carne em outros mercados, mas provavelmente com um preço menor.

A Abiec, mesmo com o tarifaço, acredita em uma evolução de 12% no volume a ser exportado nesse ano, com aumento de 16% nas receitas. A produção nacional manterá o patamar de 11,8 milhões de toneladas de 2024, podendo ficar ligeiramente acima ou um pouco abaixo desse volume (Folha)

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