Em ano de preço alto, exportação de café é de 51 milhões de sacas

Ao somar esse volume, vendas externas renderam US$ 12,1 bilhões em 12 meses.

O grande destaque das lavouras brasileiras neste ano foi o café. O produto atingiu valores bem acima da normalidade. O preço médio da saca do café tipo arábica está sendo negociado, em média, a R$ 2.111, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Em dólares, a saca está em US$ 349, o maior valor registrado para o produto desde a década de 1990, quando o Cepea iniciou o acompanhamento de preços.

O robusta, que chegou a ultrapassar o valor do arábica neste ano, também tem preços recordes, subindo para R$ 1.750 por saca, 136% a mais do que em relação aos valores de há um ano. O preço médio por saca atingiu o recorde de US$ 289.

O indicador de preços da OIC (Organização Internacional do Café) aponta alta de 67% nos valores do robusta, de dezembro de 2023 a novembro último. O arábica teve alta de 48% no período.

Esse custo elevado do café no campo respingou no bolso do consumidor. O café em pó acumula alta de 32% nos supermercados paulistas de janeiro a novembro, conforme pesquisa de preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Os motivos dessa aceleração do café já são conhecidos. A safra vietnamita, basicamente de café robusta, teve quebra no ano passado e não caminha bem neste. A falta do café robusta do Vietnã, maior produtor mundial desse tipo, pressionou também os preços do produto brasileiro. Clima, custos logísticos e conflitos geopolíticos impulsionaram os preços.

Os dados mais recentes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam queda de 6% na produção de café conilon, que recua para 15,2, milhões de sacas. O arábica sobe para 39,6 milhões de sacas, com alta de 1,7%.

A OIC estima uma produção mundial de café de 178 milhões de sacas na safra 2023/24, um volume próximo do consumo, estimado em 177 milhões. Se confirmados, esses dados vão indicar o primeiro superávit nas últimas três safras.

O volume de café certificado nas Bolsas de Londres e de Nova York é menor neste final de ano, somando 1,5 milhão de sacas, abaixo dos 2 milhões de agosto. Nos números da OIC, 650 mil estão em Londres e 950 mil em Nova York.A forte aceleração dos preços deu um alívio ao produtor. A produção foi menor, mas os valores de negociações dispararam, conforme mostra o VBP (Valor Bruto de Produção).

Em 2022, o VBP do café (o resultado da produção e dos preços praticados dentro da porteira) era de R$ 52 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura.

Neste ano, o valor sobe para R$ 76 bilhões, com estimativas de atingir R$ 98 bilhões no próximo ano. Com isso, o valor bruto da produção do café poderá ter elevação de 88% em três safras.

Acompanhamento do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) mostra que as exportações acumuladas de dezembro do ano passado a novembro último somaram 51 milhões de sacas, com receitas de US$ 12,1 bilhões no período, incluindo café verde, industrializado e solúvel.

A relação de troca para os produtores continua diminuindo, segundo avaliação do Rabobank. É necessária 1,2 saca de café verde por tonelada de fertilizante (blend 20-05-20), segundo Guilherme Morya, analista do banco para o setor. Essa quantia é 44% inferior à dezembro de 2023, e a menor em 13 anos, quando o banco iniciou esse acompanhamento (Folha)

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