Enfermidade é um dos maiores desafios para a bovinocultura mundial e precisa ser combatida rapidamente
A Doença Respiratória Bovina (DRB) é reconhecida mundialmente como uma das enfermidades de maior impacto na bovinocultura de corte e leite. Seu efeito se reflete tanto no desempenho zootécnico quanto nas perdas econômicas associadas. Com origem multifatorial, a doença resulta da interação entre fatores de manejo, condições ambientais, imunidade do bovino e uma ampla gama de agentes bacterianos.
Estudos indicam que a DRB é uma das principais causas de mortalidade em bovinos jovens. Nos confinamentos dos bovinos de corte, a DRB é a doença de maior letalidade. Porém, seu impacto vai além das mortes: há redução significativa no ganho de peso diário, piora na conversão alimentar e até penalidades na carcaça no momento do abate.
Os fatores predisponentes estão geralmente relacionados ao estresse a que os animais são submetidos, como transporte por longas distâncias com racionamento de água e alimento, formação de novos lotes e mistura de animais de origens diferentes, que os expõem a patógenos desconhecidos para seu sistema imunológico. Mudanças na dieta também representam risco, podendo causar acidose metabólica, que aumenta a predisposição à DRB em bovinos recém-confinados.
“Com origem multifatorial, a DRB ocorre devido ao desequilíbrio das defesas naturais das vias respiratórias superiores, o que favorece a proliferação local de agentes infecciosos — especialmente bactérias que habitam naturalmente essas vias — e sua migração para os pulmões. A multiplicação bacteriana provoca resposta inflamatória intensa, agravando o quadro e podendo levar o animal à morte rapidamente”, explica Marcos Malacco, gerente de serviços veterinários da Ceva Saúde Animal.
Os sinais indicativos da DRB incluem corrimento nasal, tosse, espirros, lacrimejamento, depressão (cabeça e orelhas baixas, olhar perdido, sem reposta adequada a estímulos), cansaço ao se movimentar ou relutância em caminhar pelo, desidratação (“olhos fundos”). Animais com suspeita da doença devem receber tratamento imediato, com o objetivo de controlar a inflamação rapidamente e eliminar a infecção bacteriana. Estes tratamentos devem proporcionar o efeito anti-inflamatório e antibiótico no mínimo por 3 dias.
O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são essenciais. Os protocolos de tratamento devem sempre combinar antibióticos com anti-inflamatórios potentes e de menor efeito colateral. O controle inadequado da inflamação leva a maior risco de morte e queda no desempenho após a eliminação da infecção.