Divergências iniciais entre países ricos e países em desenvolvimento se acentuaram nesses primeiros dias de COP, e nos bastidores já se considera a possibilidade de que haja mais dias para concluir as negociações, algo que tem se tornado cada vez mais comum nas COPs.
Basicamente, há quatro pontos que têm colocado em lados opostos o bloco dos países ricos e o bloco dos países em desenvolvimento.
Os países ricos, liderados pelos europeus, colocam na mesa a necessidade de NDC’s mais robustas e frequentes, além de exigir mais transparência sobre como esses países implementam essas NDC’s. Além disso, há pressão sobre aqueles que sequer entregaram suas metas, como a Índia.
Os países em desenvolvimento, por sua vez, pressionam pela 9.1 do Acordo de Paris, que trata da obrigatoriedade de os países ricos financiarem com recursos públicos a transição energética dos países em desenvolvimento, e também pela eliminação das medidas comerciais unilaterais dos países travestidas de discurso ambiental, o chamado protecionismo verde. Os europeus têm resistido a ambos os pontos.
O Brasil, embora integre o bloco dos países em desenvolvimento, tem atuado como um conciliador, devido ao fato de sediar a COP e de comandar a presidência do evento.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, os diplomatas brasileiros que estão à frente das consultas aos países admitiram as divergências, mas se disseram otimistas em relação ao avanço das negociações.
Em uma das questões, um jornalista indiano questionou sobre os rumores nos corredores da COP sobre as divergências em curso poderem adiar o fim da COP, previsto para as 18h do dia 21.
“Estamos otimistas de concluir no dia 21”, respondeu a embaixadora Liliam Chagas, diretora de Clima do Ministério das Relações Exteriores e uma das negociadoras oficiais brasileiras (CNN Brasil)
