Dia de Campo da Embrapa, em parceria com a ADM, reforça protagonismo da piscicultura de espécies nativas no Tocantins

Iniciativa busca conservar e valorizar espécies nativas, apoiando a produção sustentável e consolidando o estado como líder nacional na exportação de alevinos, por meio de pesquisas focadas em eficiência produtiva, agregação de valor final e resistência sanitária

O Tocantins tem se consolidado como um dos principais polos da aquicultura nacional, assumindo papel de destaque na produção e exportação de alevinos de espécies nativas, especialmente do Tambaqui, peixe de água doce.  O estado produziu 18.100 toneladas de pescados em 2024, sendo 17.400 toneladas de peixes nativos, um aumento de 1,54% na produção das espécies locais em comparação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR). Com o objetivo de apoiar o crescimento do setor aquícola, a Embrapa, em parceria com a ADM, líder global na comercialização de grãos e nutrição humana e animal, promoveu no dia 20 de agosto um Dia de Campo, em Tocantins, para apresentar resultados de pesquisas sobre o potencial econômico e ambiental da piscicultura de espécies nativas na região.

A iniciativa teve como objetivo ajudar a conservar e valorizar espécies comuns dos biomas brasileiros, como o Tambaqui, que representa 48,5% da produção aquícola no estado, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), apoiando a inovação científica e a geração de renda, além de contribuir para posicionar o estado como o maior exportador nacional de alevinos nativos, que hoje está direcionada às regiões do  Centro-Oeste e Norte. O trabalho de pesquisa, iniciado em março de 2024, comparou o desempenho de duas espécies: Tambaqui e Tambatinga (híbrido entre uma fêmea de tambaqui (colossoma macropomum) e um macho de pirapitinga (Piaractus brachypomus).

Durante o cultivo, os especialistas fizeram a comparação do desempenho zootécnico nas fases de recria e engorda, assegurando a eficiência produtiva, a avaliação do rendimento de carcaça, coloração e textura da carne, com foco no mercado consumidor e na agregação de valor, além de estudos sobre aptidão reprodutiva e resistência sanitária, fundamentais para a sustentabilidade da produção e para atender as demandas dos mercados mais exigentes.

O projeto de pesquisa contou com soluções do portfólio completo da ADM para a aquicultura para a elaboração dos planos alimentares durante a fase de engorda dos peixes. “Como líderes no mercado de nutrição voltada a peixes, ficamos contentes em poder apoiar este projeto da Embrapa, tendo em vista que a nutrição é um dos pilares fundamentais para a melhor expressão da genética, da saúde e dos índices zootécnicos”, destaca Ricardo Garcia, gerente de aquacultura da ADM.

Entre os achados compartilhados durante o Dia de Campo, os pesquisadores constataram que até 1,5kg (peso de abate no Tocantins), o Tambaqui apresentou crescimento mais rápido, encurtando o tempo para atingir peso de transição para engorda. O menor tempo de produção faz com que a espécie tenha tendência a gerar retorno financeiro mais cedo, com possibilidade de mais ciclos por ano, mesmo consumindo uma quantidade maior de ração quando comparado à espécie híbrida. Com isso, o cultivo apresenta vantagens quando o preço do peixe está alto e há demanda elevada no mercado. Já o Tambatinga demonstrou ser uma boa opção para otimizar custo e margem, tendo em vista que para a mesma quantidade de ganho de peso, o híbrido consumiu menos ração, reduzindo o custo direto de alimentação.

“Importante ressaltar que a escolha entre as espécies deve considerar a demanda de mercado regional que o produtor está inserido. Este é um exemplo concreto de como ciência, inovação e conservação ambiental podem caminhar juntas para gerar mais renda, competitividade e oportunidades para produtores, clientes e para toda a cadeia aquícola brasileira.” – reforça Luciana Shiotsuki da Embrapa Pesca e Aquicultura.

“Essa iniciativa reafirma o estado do Tocantins como referência em inovação no setor aquícola e evidencia o potencial econômico e ambiental da piscicultura de espécies nativas para o Brasil. Os resultados demonstram que há um grande potencial para aliar preservação ambiental, inovação científica e geração de renda na região”, finaliza Ricardo Garcia.

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