Déficit do agro dos EUA sobe para US$ 45,5 bilhões

Brasil, com exportações de US$ 8 bilhões, ajuda a acentuar esse desequilíbrio.

Os Estados Unidos terão um déficit de US$ 45,5 bilhões na balança comercial do agronegócio no ano fiscal de 2025. O período vai do início de outubro deste ano ao final de setembro de 2025.

Os americanos veem cada vez mais seu déficit aumentar. O mais recente superávit foi de US$ 1,9 bilhão, em 2022. No ano seguinte, o déficit atingiu US$ 17,2 bilhões, subindo para US$ 31,8 bilhões em 2024.

Queda de produção e demanda interna maior elevaram a necessidade de importações para US$ 206 bilhões no ano fiscal de 2024. Neste ano, as compras externas do setor deverão subir para US$ 215,5 bilhões. Essas são as mais recentes previsões do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Já a capacidade de exportações do país enfraquece. As estimativas do Usda são de receitas de US$ 170 bilhões no ano fiscal de 2025, um valor distante dos US$ 196,1 bilhões de 2022, quando o setor de agronegócio estava mais aquecido no mundo.

O Brasil está entre um dos principais causadores de déficit dos americanos. O Usda prevê exportações de apenas US$ 800 milhões para o Brasil neste ano fiscal, mas as importações deles de produtos brasileiros deverão chegar a US$ 8 bilhões. Café e carne bovina estão nessa lista de compras.

A China está na outra ponta, com saldo positivo de US$ 18 bilhões para os americanos.

O principal gasto para 2025 será em produtos do setor de hortifrútis. Entre itens frescos e processados, a conta subirá para US$ 106 bilhões. Há quatro anos era inferior a US$ 90 bilhões.

Os gastos com carnes e derivados de leite sobem para US$ 30 bilhões, um valor crescente e 44% superior ao de 2021. Só em carne bovina serão US$ 11,3 bilhões, com boa participação brasileira nesse fornecimento. Os Estados Unidos passaram a ser o segundo principal mercado do Brasil nessa proteína.

Com a recomposição da produção de grãos na safra 2024/25, os americanos aumentam o volume de exportações no setor, mas em um período de preços menores. As vendas externas de soja deverão chegar a 50 milhões de toneladas; as de milho, a 59 milhões, e as de trigo, a 22 milhões (Folha)

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