Cuidado com solo busca estabilidade da produção

Na Fazenda Cachoeira, em Sertanópolis (PR), o manejo do solo visa explorar todo o potencial produtivo da lavoura: todos os anos, colhido o milho de inverno, a família Barros destina parte de suas terras para, em sistema de rotação, melhorar ainda mais a qualidade do solo, como parte dos preparativos para a safra de verão. O Rally Cocamar de Produtividade passou por lá

CULTURAS – Neste ano, 30 alqueires receberam centeio, aveia preta, aveia ucraniana e milheto, cuja soma de culturas proporciona uma série de benefícios, como a reciclagem de nutrientes e a reposição de matéria orgânica; ao mesmo tempo, o desenvolvimento das raízes favorece a retenção de água da chuva, sendo que na superfície, a palhada vai proteger da chuva forte e das altas temperaturas. No ano passado foram 60 alqueires e em 2025, na sequência da rotação, a ideia é acrescentar mais um cultivo, o nabo forrageiro.

LONGO PRAZO – “A gente pensa a longo prazo”, afirma Roviner, um dos dois filhos do produtor Sebastião Barros. O outro é Rafael e os três estão à frente da Agropecuária Barros, detentora de 320 alqueires entre terras próprias e arrendadas na região de Londrina.

DESSECAÇÃO – Roviner explica que foi feita uma subsolagem e, na sequência, a semeadura com adubo; o próximo passo é passar o rolo-faca, esperar que as plantas rebrotem e, daí, promover a dessecação. A implantação da soja deve começar a acontecer na segunda quinzena de outubro

CORREÇÃO – Mas, os cuidados com o solo não terminam aí: todos os anos, mediante análise, é realizada a correção com calcário e gesso, bem como a reposição de nutrientes. Para completar, os Barros não dispensam a adubação orgânica.

VALE A PENA – “Ao investir no solo, o que fazemos principalmente a partir de 2019, buscamos trabalhar com mais segurança e estabilidade da produção”, afirma Roviner, que tem 37 anos e é formado em administração de empresas com ênfase em gestão rural. Já Rafael, de 30, que é engenheiro agrônomo, comenta que dessa forma, mesmo em anos de clima adverso na região, como foi o caso do ciclo passado (2023/24), a produtividade da família se mantém acima da média regional. E, quando o tempo é mais favorável, a lavoura encontra todas as condições para produzir bem.

RAÍZES – Os Barros são atendidos pela engenheira agrônoma Joelma Marcela Elias, da unidade local da Cocamar. Ao lado de Rafael, manuseando as plantas, ela mostra que o intenso sistema de raízes ajuda, ainda, a romper uma eventual compactação causada pelo tráfego de máquinas. “A palhada deixada por essa mistura de plantas demora mais para se decompor, beneficiando muito a soja”, detalha Rafael.

POTENCIAL – Na visão de Sebastião, é preciso deixar o solo preparado para explorar todo o potencial produtivo de uma semente, por exemplo: “Não adianta ter os melhores materiais e investir em tecnologias, mas não cuidar adequadamente do solo”.

HISTÓRIA – Aos 62 anos, Sebastião, que foi porcenteiro de café, é o proprietário da Fazenda Cachoeira, que já pertenceu ao empreendedor Celso Garcia Cid, fundador da Viação Garcia e introdutor da raça Nelore no Brasil. No local, Sebastião conserva com capricho alguns imóveis históricos de madeira, entre eles um bangalô que serviu de sede e onde Garcia Cid recepcionou compradores de gado e autoridades como o presidente da República Juscelino Kubstcheck de Oliveira.

CHOUPALA – Para completar, ele possui na fazenda um viveiro de produção de choupala, a árvore comprida utilizada para fins ornamentais, também trazida por Garcia Cid da Índia e que se disseminou pelo país. Com esse viveiro, que se tornou um negócio à parte, o produtor fornece mais de 30 mil mudas por ano para compradores de várias regiões do país.

REFERÊNCIA – De acordo com o gerente da unidade da Cocamar, Fernando Stephano, que responde também por Ibiporã, a família Barros é uma referência na região por suas boas práticas agrícolas. (Jornal Cocamar)

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