Controle da cigarrinha das raízes se torna prioridade no manejo da cana-de-açúcar

A safra de cana-de-açúcar no Brasil tem sido marcada por condições climáticas adversas e crescente pressão de pragas, exigindo maior eficiência no manejo agronômico. Entre os principais desafios, destaca-se a cigarrinha das raízes (Mahanarva spp.), que vem comprometendo a produtividade e a qualidade dos canaviais. Além dos danos diretos à planta, o inseto atua como vetor da escaldadura das folhas — doença bacteriana que afeta a absorção de água e nutrientes —, reforçando a necessidade de um controle preciso com tecnologias modernas e de alta performance, às quais o inseto ainda não desenvolveu resistência.

Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Marcos Vilhena, um manejo tardio ou ineficiente pode resultar em reduções de até 50% na produtividade por hectare, comprometendo de forma expressiva a rentabilidade do setor sucroenergético. “Em regiões de alta produtividade, como Ribeirão Preto, essa queda pode representar prejuízos superiores a R$ 4.500 por hectare, e em áreas críticas, o rendimento pode cair até 80% no TCH (Toneladas de Cana por Hectare), comprometendo os resultados industriais e econômicos da safra”, alerta Vilhena.

Para mitigar os impactos causados pela cigarrinha das raízes, produtores e usinas têm adotado estratégias de manejo voltadas à proteção do potencial produtivo e à manutenção do teor de  ATR (Açúcares Totais Recuperáveis).

Do campo à usina: impactos da cigarrinha na produtividade

O avanço da cigarrinhas afeta toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. As ninfas sugam a seiva das raízes, enquanto os adultos injetam toxinas nas folhas, causando o amarelecimento, seca e até a morte dos colmos, o que reduz o teor de sacarose e aumenta o nível de fibra, dificultando a extração industrial. Além disso, os colmos danificados favorecem a entrada de fungos e bactérias, elevando o risco de podridão vermelha. Isso pode gerar contaminação dos processos industriais durante a extração do açúcar.

O inseto não deve ser negligenciado ainda mais porque a cigarrinha das raízes continua sendo relevante nos canaviais em razão das condições favoráveis proporcionadas pelo manejo da cana, principalmente no momento da colheita mecanizada de cana crua, que deixa a palha no solo, mantendo umidade e favorecendo a incidência do inseto. Além disso, algumas variedades de cana são mais suscetíveis à praga.

Com estratégias de manejo integrado, investindo na qualidade das mudas, monitoramento constante e rotação de ingredientes ativos modernos para evitar a seleção de insetos resistentes, é possível reduzir significativamente os danos causados pela cigarrinha e preservar o desempenho dos canaviais ao longo dos ciclos.

“O uso contínuo de um mesmo inseticida favorece a sobrevivência de indivíduos tolerantes, comprometendo a eficiência do controle. Por isso, buscamos desenvolver soluções com múltiplas moléculas e modos de ação complementares, que atua em todas as fases do inseto (ovos, ninfas e adultos). Essa combinação oferece controle prolongado, contribuindo para a sustentabilidade do manejo e reduzindo a população da praga tanto na safra atual quanto nos ciclos seguintes. Além disso, pode ser integrado a programas de rotação de moléculas, preservando a eficácia dos inseticidas e evitando resistência”, destaca Vilhena.

“Nosso foco é oferecer tecnologias modernas que oferecem controle preciso das pragas, preservando a produtividade e a qualidade da matéria-prima, fatores essenciais para a rentabilidade de usinas e produtores”, conclui o gerente de Marketing Regional da IHARA.

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