China e União Europeia são os principais mercados que ainda não retomaram as compras.
A continuidade do embargo ao frango brasileiro por parte de alguns países após casos de influenza aviária no Brasil é infundada, segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Compradores como China e União Europeia são os principais mercados que ainda não retomaram as compras, mesmo após o Brasil ter sido confirmado como livre da doença em granjas comerciais desde o fim de junho.
As suspensões pelos compradores foram impostas em maio, quando um caso de gripe aviária foi detectado em uma granja comercial de Montenegro (RS). Mais de 100 mercados embargaram a carne de frango do Brasil ao nível nacional ou localmente, mas a grande maioria já retornou as negociações.
Uma missão do Chile veio ao Brasil nesta semana e, de acordo com Santin, o país informou ao governo brasileiro que deve retirar o embargo em breve. Ao todo, dez importadores continuam fechados.
“Existe risco zero de contaminação por exportação de carne. Países estão perdendo dinheiro e a comida ficando mais cara para os mais pobres nos destinos”, disse Santin em coletiva da entidade nesta quarta-feira (20/8).
Segundo o presidente, “não sei para que estão fechados [os mercados]”, uma vez que há análise de fiscais que garantem a segurança das proteínas e que o consumo de carne, após o cozimento, não transmite o vírus.
“A gente precisa repensar nosso padrão de atuação sobre influenza aviária de forma global”, defendeu Santin, afirmando que a associação pretende levar o debate a esferas nacionais e organismos internacionais.
Estados Unidos e Europa foram regiões com casos amplamente disseminados de gripe aviária e ainda convivem com a doença.
“A Europa está tomada pela doença e eles ainda estão fechando (as importações de frango do Brasil), fazendo com que haja inflação do produto lá”, enfatizou.
A ocorrência dos embargos deve levar a uma queda de até 2% nas exportações de carne de frango do Brasil neste ano, para 5,2 milhões de toneladas, o que ainda é visto como algo positivo, uma vez que a gripe aviária devastou outros países que tiveram a doença e o foco brasileiro foi rapidamente controlado.
“Fechar o ano com, no máximo, 2% de queda é uma grande vitória para o setor”, afirmou o dirigente.
No acumulado de 2025 até julho, as exportações de frango do Brasil somaram 3 milhões de toneladas, queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados das ABPA. Até abril, as vendas externas vinham em um ritmo positivo.
A receita, porém, aumentou 1,5% no acumulado do ano, para US$ 5,609 bilhões (Globo Rural)