- Brasil importa 751 mil toneladas de defensivos agrícolas no ano, 42% a mais do que em 2024
- Importações atingem também produtos que o Brasil é um dos principais em exportar, como café, soja e milho
As importações brasileiras do agronegócio subiram para US$ 25 bilhões de janeiro a setembro deste ano, uma evolução de 10% em relação a igual período do ano passado.
Fertilizantes e agrotóxicos são dois dos destaques do setor, mas as importações atingem também produtos que o Brasil é líder mundial ou um dos principais em exportações. São os casos de café, soja e milho.
A dependência externa brasileira no setor de fertilizantes continua grande. O país trouxe para o mercado interno 34 milhões de toneladas nos nove primeiros meses deste ano, 6% a mais do que em 2024. Os gastos atingiram US$ 11,5 bilhões, com aumento de 18%. O país aumenta ano a ano a área cultivada, mas não avança na oferta interna de adubo.
A dependência é grande também no setor de defensivos agrícolas. As importações deste ano já somam 751 mil toneladas, 42% a mais do que a de janeiro a setembro do ano passado. Os gastos com as compras externas de agrotóxicos subiram para US$ 4,1 bilhões, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). O volume importado é recorde, mas os gastos são inferiores aos de 2022, quando os preços estavam mais aquecidos.
O Brasil comprou 5,25 milhões de toneladas de trigo, um cereal constante da lista das importações brasileiras, gastando US$ 1,23 bilhão. Os números ficam próximos aos de igual período do ano passado.
Ainda dentro do item de cereais, a incerteza na oferta de milho no início do ano fez o país comprar 1,22 milhão de toneladas do produto no mercado externo, 38% a mais do que em 2024. A importação de arroz caiu para 810 mil toneladas, uma redução de 10%. A queda ocorre devido à boa safra colhida no início deste ano.
Líder mundial nas exportações de soja e de carne bovina, o país comprou 729 mil toneladas da oleaginosa e 25 mil toneladas da proteína animal neste ano.
Uma das amenizações dos gastos na balança comercial foram os óleos vegetais. O de oliva, com a queda dos preços externos, devido à recuperação da produção europeia, gerou despesas de US$ 448 milhões, 30% a menos do que em 2024. O de coco, ao gerar gastos de US$ 372 milhões neste ano, mostra aponta queda de 42%.
O cacau, com o aumento dos preços internacionais, gerou despesas de US$ 783 milhões para o país de janeiro a setembro, 126% a mais do que em 2024 (Folha)