Com crédito curto e juro alto, produtor eleva autofinanciamento

  • MT semeia 13 milhões de hectares, e custo de produção sobe para R$ 54,4 bilhões
  • Sistema financeiro e multinacionais aumentam participação na oferta de recursos

Os produtores de soja de Mato Grosso devem semear 13 milhões de hectares nesta safra 2025/26, e o custo da produção agropecuária desta área chega a R$ 54,4 bilhões. Diante desse novo cenário de juros elevados, aumento da inadimplência e maior ocorrência de recuperação judicial, o crédito ficou mais seletivo e restritivo para o setor.

O produtor teve de colocar mais a mão no bolso, participando com 23,5% desse volume financeiro, acima dos 20,7% de 2024/25. Apesar dessa alta, o percentual atual ainda está distante dos 33% de 2022/23. A soja, em 2022, havia atingido valores recordes, e as margens de lucros haviam sido elevadas.

Os técnicos do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), órgão responsável pelos dados, afirmam que o autofinanciamento resulta da combinação entre o ciclo de renda favorável, proporcionado pela safra recorde de 2024/25, e a conjuntura financeira adversa do momento.

O Instituto aponta que a participação dos recursos federais caiu para 5,1% do total, abaixo dos 8,7% da safra anterior. As revendas, devido às dificuldades na geração de caixa neste ano e ao aumento de produtores que não pagaram as dívidas, também reduziram a presença no sistema, financiando apenas 5,3% do total, bem abaixo dos 11,4% do período anterior.

Sobrou para as multinacionais e para o sistema financeiro, mas com aplicação de taxas maiores. Nos cálculos do Imea, o sistema financeiro elevou sua participação para 35,4% do custo dos agricultores, a maior taxa da série apresentada pelo Imea, que começa em 2008/09.

As multinacionais de agroquímicos, fertilizantes, sementes e grãos forneceram R$ 16,7 bilhões ao setor, 30,7% do capital necessário para a cultura. É a maior taxa desde a safra 2017/18. O custo dos produtores mato-grossenses foi estimado em R$ 4.181,3 por hectare pelo Imea, um valor que supera em 5,3% o da safra 2024/25.

O crescimento da área de soja é de 1,7% neste ano, em relação ao anterior, abaixo da expansão que o setor vinha mantendo em safras recentes. Essa evolução mais contida se deve a margens de ganho menores, preços da soja pouco atrativos, custo de produção elevado e juros altos, segundo o Imea.

Ainda é cedo, mas para a safra 2026/27, o instituto prevê uma redução de 0,54% nos custos, principalmente devido ao comportamento dos insumos.

Inovação 

A turma da tecnologia precisa colocar a botina e conhecer a realidade no campo. Conversar com quem vive lá. Mas também quem vive lá precisa olhar para fora da porteira e entender como a tecnologia pode ser uma aliada.

A avaliação é de Mariana Beckheuser, CEO da Beckhauser, empresa do setor de produção de equipamentos de contenção bovina. Com esse olhar, a empresa vem direcionando sua estratégia para a inovação aberta.

A Beckhauser inaugura no próximo ano o BeckLab, um laboratório criado para facilitar conexão com startups, parceiros e instituições que estão em busca de soluções para o agronegócio, afirma Mariana.

Laranja 

Em nova estimativa, o Fundecitrus prevê uma safra de 295 milhões de caixas de laranja de 40,8 kg na safra 2025/26. Esse volume fica 3,9% abaixo do da previsão anterior e 6,3% inferior ao da primeira.

O Fundecitrus refez as estimativas devido a escassez de chuva, laranjas menores e queda maior de frutas do que o esperado inicialmente. A presença do greening está com alta taxa de severidade nos laranjais do cinturão cítrico de São Paulo, triângulo mineiro e sudoeste de Minas Gerais.

Café 

As exportações de janeiro a novembro de cafés diferenciados, os com produção mais sustentável e de qualidade superior, somaram 20% do total do período, segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), divulgados na terça-feira (9). No total geral, as exportações recuaram para 36,9 milhões de sacas, 21% a menos do que em 2024.

Essa queda era esperada pelo setor. Além da taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos de agosto a novembro, a cadeia tem menor disponibilidade de produto neste ano e sofre com defasagem na infraestrutura portuária (Folha)

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