Movimento também reforça o apoio à agricultura sustentável.
O movimento Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura deve lançar no início de março um documento atualizado sobre o combate ao desmatamento no país. O lançamento foi informado na manhã desta quarta-feira (26/02), durante um encontro virtual de representantes do movimento com a imprensa.
A Coalizão Brasil reúne representantes dos setores privado, financeiro, acadêmico e sociedade civil para discutir a economia de baixo carbono e a integração entre agendas de proteção, conservação, uso sustentável de florestas, agropecuária e adaptação às mudanças climáticas.
“Esse documento, formatado pela Força-Tarefa Combate ao Desmatamento, da Coalizão Brasil, traz um novo olhar da rede para o tema. O foco são ações para zerar o desmatamento ilegal, assim como para desestimular o desmatamento legal”, afirmou Carolle Alarcon, gerente executiva do movimento. A nova abordagem inclui o manejo integral do fogo, visando reduzir as queimadas e os seus efeitos, principalmente nas regiões da floresta amazônica e do Cerrado.
Segundo Carolle, a estratégia proposta no documento inclui uma agenda elaborada em Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), restauração de áreas degradadas, regulação do mercado de carbono, entre outras ações.
A gerente destacou que este é um ano-chave para o Brasil, que sediará a COP 30, e que a rede que forma a Coalizão atua para trazer ao centro do debate um olhar estratégico para a área agropecuária como parte da solução das questões climáticas.
“Queremos apontar caminhos para fortalecer a competitividade do setor, unindo representantes do agro e da conservação ambiental, buscando soluções conjuntas de uso da terra”, completou. Os representantes da Coalizão destacaram a importância do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Código Florestal nesse contexto.
Para Juliana Lopes, diretora de ESG, Comunicação e Compliance da Amaggi, que integra o grupo estratégico da Coalizão Brasil, o fim dos crimes de desmatamento no país vai além de ações de fiscalização e controle: “acabar com o desmatamento ilegal inclui o trabalho com foco na rastreabilidade das cadeias produtivas, com dados e informações transparentes, a fim de gerar valor agregado para todos os envolvidos”.
No documento “Visão 2030-2050: O Futuro das Florestas e da Agricultura no Brasil”, publicado pelo movimento em 2018, ações para acabar com o desmatamento já estavam previstas, com apoio à produção sustentável da agropecuária e silvicultura, manutenção de florestas nativas e da construção de instrumentos econômicos alinhados a esses objetivos.
COP 30
Durante o encontro desta quarta-feira, os representantes da Coalizão Brasil destacaram como temas obrigatórios na agenda da
COP 30 – além do desmatamento zero e da economia de baixo carbono -, agricultura regenerativa, rastreabilidade, transição energética e de sistemas alimentares, recuperação de áreas degradadas e sequestro de carbono (e não somente emissão).
A rede criou um Grupo de Trabalho do Clima (GT Clima) para contribuir com a construção dos planos setoriais do Plano Clima e com as discussões da COP 30. O GT, formado por cerca de 20 membros da rede, começou a atuar no início do ano e busca fortalecer a estratégia climática do país, tanto no cenário doméstico quanto nas negociações internacionais (Globo Rural)